A 60ª edição do São Paulo Fashion Week celebrou encontros e renascimentos. Foi um evento de retornos marcantes de Ronaldo Fraga, Amir Slama e Flavia Aranha, e de estreias cheias de frescor, como a UÓ por Marcelo Sommer e o primeiro desfile da Chapéus Davi Ramos.
Teve ainda celebrações emblemáticas: os 20 anos de Lilly Sarti, os 35 anos de Amir Slama, os 50 de Lino Villaventura e Gloria Coelho, também celebrando cinco décadas de moda, dentro de vagão de trem em passarela. Nessa temporada, a moda brasileira reafirmou sua pluralidade e potência criativa, equilibrando emoção, técnica e muita experimentação – e claro, deixando tendências que devem pontuar a próxima estação.
Como usar? Aposte na harmonia entre contraste e coerência de cores e proporções. Escolha uma peça de impacto, com laços ou estampas e coordene com elementos neutros. Vale também as misturas de texturas intencionais: poás com xadrez, cetim com couro, peplum com listras. O importante é equilibrar.
Azul: do tom mais claro ao royal intenso, o azul é a cor mais quente da temporada. Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura, Gloria Coelho e Rafael Caetano exploraram suas nuances em looks monocromáticos e combinações ousadas. É a nova cor-chave do verão, sofisticada e versátil.




Volume nos quadris: também vista nas temporadas fashion em Milão e Paris, a silhueta mais marcante desta edição destaca os quadris em diferentes propostas. Da cintura peplum ampliada da LED às estruturas da Hechcovitch;Alexandre, dos tutus de Weider Silveiro aos volumes orgânicos de Davi Ramos, o corpo foi moldado de forma escultórica, expressando força e teatralidade.




Flores: assim como nas temporadas internacionais, elas apareceram de todas as formas — bordadas, estampadas, texturizadas. A tendência ganhou leituras delicadas e outras subversivas. Patricia Vieira, Santa Resistência, À La Garçonne e David Lee trouxeram o tema sob diferentes olhares: do romântico ao moderno, do bordado artesanal às aplicações em tecidos tecnológicos.




Xadrez: símbolo do inverno, a padronagem voltou renovado. UÓ por Marcelo Sommer e Dendezeiro exploraram a padronagem com pegada rock e toque anos 1990. Já Herchcovitch;Alexandre e Sou de Algodão apostaram em misturas com texturas lisas e contrastes gráficos. O resultado é uma alfaiataria urbana com alma rebelde.




Couro: o couro surgiu reinterpretado — em minissaias da Handred, no cosmopolitismo da Lilly Sarti e em versões estilizadas com Patrícia Viera e casacos estruturados da FORCA.

<p>Zé Takahashi/ @agfotosite/Divulgação



Laços, nós e amarrações: detalhes que unem o lúdico ao estruturado, os laços e nós surgiram como elementos centrais. Da gravata de fitas da Santa Resistência ao vestido transparente com laço de Lino Villaventura, passando pelas criações de João Pimenta e Rafael Caetano, o resultado é uma moda que brinca com o gesto de amarrar — como quem costura histórias.




Poá: a estampa de bolinhas continua em alta e foi revisitada com humor e frescor. Patricia Vieira e Apartamento 03 trouxeram poás maximalistas, enquanto a Handred apostou no padrão minimalista combinado ao vermelho



Brilho acetinado: o cetim ganhou o dia. Na Herchcovitch;Alexandre e Gloria Coelho, apareceu em vestidos fluidos e midis; na À La Garçonne, em casacos urbanos com perfume vintage, e a Fauve, em calças balonês. Um brilho sutil que traduz elegância e leveza.



