O advogado Nelson Wilians, alvo de operação da Polícia Federal como parte das investigações das fraudes a aposentados e pensionistas, negou à CPMI do INSS qualquer envolvimento com o esquema bilionário de descontos ilegais e disse que não conhece Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
Em sua fala inicial, Wilians afirmou ter relação profissional e de amizade com o empresário Maurício Camisotti, do THG – chegou a chamá-lo de “pessoa de bem” – , preso pela PF na última sexta-feira, na mesma operação que resultou em buscas e apreensões na casa do advogado.
Questionado pelo relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), sobre se a Polícia Federal teria cometido “o maior erro de sua história” ao expô-lo com um pedido de prisão e a batida em sua casa, o advogado afirmou que a corporação “cumpre o seu papel”.
“Ela tem um papel nobre, institucional, assim como as instituições, assim como esta comissão, assim como o nosso Senado, o nosso Congresso, o Judiciário, todos têm seu papel. O papel é de apurar. Se a Polícia Federal achou que aquele seria o caminho, é um direito dela. A mim cabe respeitar, a mim cabe acatar. Eu não acho que ela errou”, disse.
“Mas agora eu vou ter a oportunidade de apresentar os documentos, os argumentos, isso com calma. Então não acredito que ela errou, não. Eu tenho uma grande admiração pela instituição, pela Polícia Federal”, acrescentou.
Depois de o relator enfileirar perguntas sobre supostas ligações de Nelson Wilians com petistas como José Dirceu e Fernando Haddad, Wilians pediu um intervalo para ir ao banheiro. Na volta, disse que passaria a exercer seu direito constitucional ao silêncio.