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As razões que levaram Milton Nascimento a processar o Cruzeiro

Milton Nascimento recebeu críticas e mensagens de ódio nas redes sociais após mover um processo contra o Cruzeiro, que usou uma de suas músicas, sem autorização, no vídeo de anúncio da contratação do jogador Gabigol, veiculado em janeiro de 2025. Em resposta aos ataques, a equipe do músico publicou uma nota de esclarecimento para falar sobre as razões e a legalidade da ação, que conta também com o envolvimento da gravadora Sony Music e os músicos Lô Borges e Márcio Borges, que formaram com Nascimento o Clube da Esquina.

Os artistas acionaram a Justiça do Rio de Janeiro contra o clube mineiro pelo uso indevido da música Clube da Esquina nº 2. “Diante da repercussão recente sobre o processo movido por Milton Nascimento contra o Cruzeiro Esporte Clube esclarecemos que trata-se de uma ação legítima por uso não autorizado de sua obra musical em uma campanha publicitária do clube, veiculada em 1° de janeiro de 2025. A música foi utilizada para anunciar a contratação de um jogador de forma claramente promocional, sem qualquer autorização ou tentativa de diálogo prévio, o que configura violação direta da Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/1998). Tentativas amigáveis de resolução foram feitas, porém foram ignoradas”, diz o início do comunicado.

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“Reiteramos que a música é trabalho, é sustento, é propriedade intelectual. Assim como um jogador de futebol é remunerado por seu ofício, compositores e artistas também têm o direito de decidir quando, como e por quem suas obras podem ser usadas.” O texto ainda reforça a necessidade de separar “idolatria” e entender que o Clube é uma empresa que visa e tem lucros. “É curioso notar como ainda há dificuldade, por parte de muitos, em compreender a música como profissão. Para tornar mais clara essa lógica, propomos uma analogia simples: imagine se alguém entrasse em grande rede de supermercados pertencente ao proprietário do Clube, pegasse os produtos das prateleiras e, ao chegar no caixa, solicitasse os itens gratuitamente, por amor ao time. Seria aceito? Ou, até mesmo, solicitar que os jogadores joguem ou façam campanhas publicitárias sem a sua devida remuneração, apenas por amor. É exatamente isso que acontece quando se exige o uso gratuito de uma obra musical com fins comerciais, em nome de uma suposta homenagem.”

A publicação ainda lamentou o “ódio destilado nas redes sociais contra Milton, com ataques etaristas e ofensivos, que nada têm a ver com o mérito da questão”. Segundo a equipe, medidas legais contra comentários criminosos serão tomadas. Por fim, eles encerram a carta aberta com um apelo. “Essa não é uma briga por dinheiro. É uma defesa legítima do trabalho artístico, do direito autoral e do respeito à profissão.”

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