Atriz talentosa, Karine Teles estava animada — como várias artistas ficariam — em interpretar a secretária Aldeíde no remake de Vale Tudo, afinal, a personagem carismática fora vivida por Lilia Cabral na versão original de 1988. Mas, o que tem se visto na atual novela das 9 da Globo parece nada como “um presente” como atores costumam dizer sobre papéis, e sim dá a impressão de que Karine está pagando penitências para falar os textos da nova adaptação assinada por Manuela Dias.
Na novela, Aldeíde encabeçou um enredo completamente sem pé nem cabeça: a do bebê reborn. A secretária comprou uma boneca de César (Cauã Reymond) escondida como se estivesse comprando drogas e depois passou a tratar o brinquedo como se fosse um filho por alguns capítulos, chegando a ir trabalhar na TCA com carrinho de bebê e tudo. Consuelo — vivida por outra ótima atriz, Belize Pombal — até tentou fazer a amiga e colega de trabalho perceber que tudo parecia uma insanidade, mas a secretária logo avisou que sabia que o bebê não era de verdade. Não precisou de muito tempo até Aldeíde desistir do bebê reborn e dá-lo para outra criança. A trama começou e acabou sem qualquer bom desenvolvimento.
A característica marcante da personagem é seu estilo monocromático ao escolher modelitos chamativos de uma cor só para ir trabalhar, irritando seu chefe, Marco Aurélio (Alexandre Nero). A piada de “monocromática” no começo era até engraçadinha, mas já saturou com tamanha repetitividade.
Em breve, Aldeíde vai se casar de rosa com o ricaço Laudelino (Herson Capri), mudando a vida da secretária para sempre. Pelo menos neste sentido a personagem vai parar de passar perrengue — assim esperamos. No conjunto da obra, o papel virou um alívio cômico, mas sem muita graça. Dada a experiência da atriz em papéis como a Madeleine do remake de Pantanal (2022), até a Carol de Elas por Elas (2023), além de seu currículo luxuoso no cinema — como a patroa Bárbara de Que Horas Ela Volta? (2015), é óbvio destacar como Karine Teles merecia muito mais.
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