counter As novidades do mercado em ascensão dos clubes milionários – Forsething

As novidades do mercado em ascensão dos clubes milionários

O mercado imobiliário de alto padrão em São Paulo vem ganhando uma faceta que vai além de apartamentos e lajes corporativas: os clubes exclusivos. Em vez de apenas erguer prédios ou condomínios de luxo, as incorporadoras e grupos empresariais passaram a investir em espaços de convivência altamente seletivos, com títulos milionários e acesso a outras unidades mundo afora. Para os negócios, mais do que nunca, vale vender o apelo de que o pertencimento a um clube é, ao mesmo tempo, símbolo de status e uma boa opção de investimento.

O movimento já tem exemplos emblemáticos. O Soho House, instalado no Cidade Matarazzo, trouxe a São Paulo o modelo internacional de clube social, que combina hotelaria, gastronomia e networking entre membros de elite. Na mesma linha, o Beyond the Club, também em São Paulo, aposta em experiências personalizadas para um público disposto a pagar caro por equipamentos de lazer ultra diferenciados, como pistas de skate, simulador de ski e a famosa piscina de ondas.

Agora, a novidade que sacudiu o mercado foi o anúncio do Fasano Tennis Club, que posiciona a tradicional grife hoteleira no terreno dos clubes esportivos de luxo. Com um título familiar avaliado em R$ 1 milhão, o empreendimento contará com dez quadras de tênis, além de espaços dedicados a modalidades que também conquistaram o público de alta renda, como padel, squash e pickleball. A promessa é oferecer não apenas infraestrutura de ponta, mas também um ambiente social de alto nível.

O traço em comum entre todas essas iniciativas é evidente: elas são voltadas para um público de altíssimo poder aquisitivo, disposto a pagar cifras milionárias por um passaporte que garante acesso não só às unidades locais, mas também a endereços do clube espalhados pelo mundo. Trata-se de um nicho de mercado em que o conceito de “segunda casa” se mistura ao de rede social presencial, em que o imóvel, o esporte ou o restaurante são apenas a superfície de um ativo muito mais intangível: o prestígio.

Essa tendência também reflete um movimento de diversificação dos próprios grupos imobiliários. Se antes a aposta se restringia a empreendimentos residenciais de alto padrão, agora há uma busca por formatos que capturam o desejo da elite globalizada por experiências únicas. Ao vender exclusividade, essas empresas constroem não apenas patrimônio físico, mas uma comunidade fechada, com barreiras de entrada cada vez mais altas.

Por outro lado, o crescimento desse segmento sinaliza um contraste com a realidade do mercado habitacional de massa, marcado pela dificuldade de acesso ao crédito e pela estagnação de lançamentos voltados à classe média. Enquanto poucos se tornam sócios de clubes milionários com alcance internacional, a maioria ainda enfrenta obstáculos para comprar um imóvel próprio. É um retrato claro da polarização que atravessa o setor. Mais do que nunca, o mercado imobiliário se tornou espelho das desigualdades sociais e econômicas do país.

Publicidade

About admin