O desfecho de novelas clássicas é conhecido por seguir alguns clichês, como o final feliz para o casal protagonista, nascimento de uma criança e vilão preso ou morto. Mas toda regra tem sua exceção. No caso dos folhetins da Globo, por exemplo, alguns autores já escolheram por desafiar os padrões, deixando o público desconfiado sobre o real futuro de alguns personagens. A coluna GENTE reuniu algumas produções que deixaram o mistério no ar.
Barriga de Aluguel (1990). Após uma decisão da Justiça que dava a guarda da filha para Clara (Cláudia Abreu), que serviu de barriga de aluguel para Ana (Cássia Kis) e Zeca (Victor Fasano), a mãe biológica fica emocionada e leva a criança até a mãe de criação. Neste momento, a cena corta e mostra Ana e Clara de mãos dadas com o bebê, sem indicar com quem fica a guarda. O desfecho teve grande repercussão na época e teria sido feito propositalmente pela autora, Glória Perez, com o objetivo de incentivar a reflexão sobre o polêmico tema.
Cara e Coroa (1995). Dada como morta após um acidente de avião, Fernanda (Christiane Torloni) ressurge na conclusão da produção. A personagem da obra de Antônio Calmon é vista descendo de um ônibus e, ao ser abordada por Rubinho (Luís Melo), pede um isqueiro para acender o cigarro. O fim deixou muitos fãs na dúvida se Fernanda estaria viva ou se seria apenas uma alucinação do antigo noivo.
Passione (2010). O último capítulo da novela de Silvio de Abreu revela Clara (Mariana Ximenes) como a assassina de Saulo (Werner Schünemann), mas consegue escapar da polícia ao forjar sua morte. No final, ela aparece trabalhando como enfermeira em um local à beira do mar e conclui exibindo um leve sorriso para as câmeras.
Fina Estampa (2011). Tereza Cristina (Christiane Torloni) é dada como morta após desaparecer em um naufrágio, mas reaparece misteriosamente no último capítulo, surpreendendo Griselda (Lília Cabral). Na cena final, a vilã, elegante como sempre, abre a janela do carro e solta uma gargalhada macabra, no melhor estilo Aguinaldo Silva, autor da trama. A aparição deixou no ar se Tereza Cristina seria um fantasma assombrando a rival ou se realmente havia escapado do acidente com vida. O fim, aliás, foi eternizado pela protagonista correndo com uma chave de grifo na mão.
A Dona do Pedaço (2019). Um dos grandes segredos do folhetim de Walcyr Carrasco foi o destino Josiane (Agatha Moreira), filha da protagonista, Maria da Paz (Juliana Paes). Tudo levava a crer que a vilã, que deixou a mãe na miséria, teria se regenerado e seguido o caminho da fé. No entanto, após matar Régis (Reynaldo Gianecchini) ela se revelou uma falsa evangélica e encerrou a trama com um olhar demoníaco para a câmera. O que ela fez a partir de então só Walcyr pode dizer.