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As contradições da defesa de Bolsonaro no STF

 

No Supremo, a defesa de Jair Bolsonaro tentou sustentar que o ex-presidente foi “dragado” ao processo da trama golpista sem provas concretas. O advogado Celso Vilardi disse que não havia “um e-mail, uma comunicação, uma pessoa” que o vinculasse ao 8 de janeiro e classificou a minuta do golpe como irrelevante, encontrada apenas no celular de Mauro Cid.

Mas é a própria investigação da Polícia Federal e a denúncia da PGR que expõem as contradições dessa versão. O relatório da PF cita Bolsonaro 516 vezes e conclui que ele “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” da trama. Foi a pedido dele, segundo a PF, que a prisão de Alexandre de Moraes foi incluída na minuta do decreto golpista. O documento não só foi impresso dentro do Planalto por um general próximo, como também levado ao Alvorada, residência do então presidente.

As provas reunidas incluem ainda lives, manuscritos, mensagens e registros de reuniões que mostram Bolsonaro atacando as urnas, convocando o Alto Comando do Exército e apresentando a minuta golpista aos comandantes militares em busca de apoio. Há também a constatação de que ele teve pleno conhecimento do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.

A defesa insiste que tudo não passou de atos preparatórios ou políticos, sem violência. Mas os autos descrevem um ex-presidente que não apenas insuflou sua base, como ajustou a minuta golpista, buscou respaldo militar e tinha um discurso pronto para o dia seguinte ao golpe. É nesse contraste — entre a narrativa da tribuna e as evidências documentadas pela PF e pela PGR — que se revelam as contradições centrais do julgamento.

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