A oficialização da saída do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, 17, tem movimentado a campanha de famosas brasileiras para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indique uma mulher para a vaga.
A lista de personalidades inclui nomes como a apresentadora de TV Angélica, a cantora Anitta e a atriz Fernanda Torres.
“Caro presidente Lula, pense bem, o Brasil merece. Escolha uma mulher para o STF!”, publicou em suas redes a atriz indicada ao Oscar por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.
Durante a estreia de seu novo programa no canal GNT, Angélica Ao Vivo, na noite de quinta-feira, 16, a apresentadora pediu que Lula indique uma mulher — e negra. “Sei que as chances são pequenas, mas quero deixar aqui o meu pedido. Presidente Lula, escolha uma mulher. Seria muito legal. Uma mulher que possa fazer tudo de forma muito experiente, uma mulher séria, à altura do cargo também. E para dar um passo ainda maior, que seja uma mulher negra. Não é gentileza. É justiça”, declarou a apresentadora.
Na terça, 14, Anitta divulgou um abaixo-assinado digital que já conta com mais de 25.000 assinaturas que pede a indicação de uma mulher para a vaga no Supremo. “O Brasil é feito por mulheres. O STF também precisa ser”, publicou a cantora nos stories do Instagram.
Além de compartilhar o link para a coleta de assinaturas, Anitta afirmou que “gostaria de tornar público o pedido para que seja uma mulher”. “Em 134 anos de história, o Supremo Tribunal Federal já teve 172 ministros. Entre eles, apenas três mulheres — e nenhuma negra. Até o ano 2000, o STF jamais havia tido uma ministra”, escreveu a artista.
No mesmo dia, a ex-BBB e cantora Juliette também foi às redes para endossar o coro de indicação de uma mulher na mais alta Corte do país. No X (antigo Twitter), a influenciadora afirmou que as mulheres, além de serem maioria no Brasil e merecerem ter voz, “sabem bem o que é ser desrespeitada, interrompida e ter direitos negados”.
“Abriu uma vaga no STF e, em 134 anos, só três mulheres passaram por lá. Hoje são 10 homens e 1 mulher. Acho BEM JUSTO ser uma de nós!”, publicou.
Carmen Lúcia
Citada pelas personalidades no pleito feito nas redes, a ministra Cármen Lúcia falou sobre a escolha que Lula deverá fazer, mas afirmou que não pode se posicionar a respeito. “Eu não posso me manifestar por uma coisa que é da minha Casa. Se eu fizer um pedido dirigido ao presidente da República, amanhã ele pode pedir alguma coisa à juíza”, disse, na noite de quinta-feira 16, em São Paulo.
A ministra acrescentou que “todos sabem” de sua posição sobre a questão das mulheres na Corte, mas que não fala “em específico”. “Juiz não pede porque não pode receber, na minha compreensão”, afirmou.