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As celebridades ‘caça-níquel’ que nada acrescentam a eventos como The Town

Foi-se o tempo que as celebridades se digladiavam para estar em eventos de grande alcance midiático. Muitas imploravam por convites através de suas assessorias e escritórios de empresários. Agora, das mais graúdas do streaming às menos engajadas nas redes sociais, só se sai de casa por algum “faz-me-rir”. O que se viu nesta primeira etapa do The Town, no final de semana passado, reflete bem o mecanismo funcional do mercado de agências de publicidade em conjunção com os promoters de eventos diversos no país.

É o promoter quem faz a “lista de famosos” que devem circular pelo local em dias variados, fazendo poses à frente da marca dos patrocinadores. Sorrisos são obrigatórios. Quanto mais bem vestido, melhor. Em alguns contratos, exige-se que eles mesmos também publiquem as fotos em suas redes. O tempo mínimo de permanência num evento é de trinta minutos. Não há limite máximo. Aliás, o ideal para uma marca é que o dito famoso se perca por lá.

Nesse bolo todo, o grupo de famosos ainda se divide em dois degraus bem distantes. Há os que aparecem com contrato assinado, em rígido esquema de horário, para cumprir sua missão de posar ao lado de marcas patrocinadoras e embolsar uma boa “bufunfa”. Bruna Marquezine, Sasha, Mariana Ximenes e Humberto Carrão estão nesse pelotão. Surgem, fazem fotos, sorriem e saem calados de fininho. Nem um minuto a mais. E há os que se jogam nos delírios dos stories por até mais do que exige o acordo entre as partes, dispostos a colocar um “pixulé” qualquer no bolso. Aí se juntam ao elenco “b” de atores televisivos oriundos de BBB as influenciadoras diversas – difícil até saber o nome de tanta gente. Rafa Kalimann, Luana Zucoloto, Rodrigo Mussi, Gabriela Rippi… Estes estão disponíveis a falar até dizer chegar.

Na correlação entre dinheiro e fama, Arthur Schopenhauer já decretou: “Dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma, maior é sua sede. O mesmo se aplica à fama”. E o que certos famosos andam fazendo com sua visibilidade, além dos “cascalhos” na conta? Ao posarem para as marcas, e estando mais preocupadas com fotos e vídeos do que com falas curiosas sobre diversos temas possíveis, estas celebridades empurram os eventos para os quais foram “convidadas” a uma inútil galeria de imagens sem qualquer… conteúdo. É quando o degrau dos que estão lá no topo se iguala aos que estão lá embaixo.

No The Town, rara foi a celebridade de grande porte que concedeu entrevista, parou para atender a imprensa ou tecer comentários, ainda que ligeiros, sobre sua existência num evento de música. Os promoters ainda inventaram há um tempo o “vipinho”, aberração egóica em forma de espaço reservado dentro da área vip, para proteger as tais celebridades que preferem não ser abordadas por nada nesse mundo. A Umberto Eco é creditado o pensamento de que as redes sociais deram empoderamento a uma aldeia de idiotas. Mas quem banca isso tudo? Sim, os patrocinadores. Uma hora as marcas, donas da dinheirama trocada por rápidos sorrisos amarelos, hão de perceber que tais contratos, no fim das contas, não valem um “vintém” para elas próprias.

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