O tufão Kajiki atingiu o litoral centro-norte do Vietnã nesta segunda-feira, 25, arrancando árvores do chão e inundando casas com chuvas torrenciais, apesar da redução da velocidade dos ventos em relação ao início do dia.
Às 6h de Brasília, o Kajiki chegou à costa das províncias de Nghe An (conhecida por cidades turísticas) e Ha Tinh, com uma queda de velocidade de 166 km/h para 118-133 km/h, de acordo com a agência meteorológica do país.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Dang Xuan Phuong, 48 anos, morador da cidade de Cua Lo, em Nghe An, descreveu ondas de 2 metros de altura e ruas completamente inundadas. “É assustador”, resumiu.
Segundo a mídia estatal vietnamita, a tempestade cortou o fornecimento de eletricidade em várias áreas da província de Ha Tinh, destruiu telhados e as águas levaram fazendas de pesca. O Vietnã já havia fechado aeroportos, escolas e iniciado evacuações em massa, enquanto se preparava para a tempestade mais forte do ano até o momento.
Anteriormente, o governo do país alertou sobre “uma tempestade extremamente perigosa e de rápida movimentação”, acrescentando que o Kajiki traria fortes chuvas, inundações e deslizamentos de terra.
Preparação
Com um longo litoral voltado para o Mar da China Meridional, o Vietnã é propenso a tempestades que costumam ser mortais. A agência meteorológica informou que a precipitação pode chegar a 500 milímetros até o final de terça-feira, 26, em várias partes do norte do país.
O governo vietnamita informou nesta segunda-feira que cerca de 30 mil pessoas foram retiradas das áreas costeiras. Mais de 16.500 soldados e 107 mil paramilitares foram mobilizados para ajudar na remoção da população e ficar de prontidão caso seja necessário conduzir operações de busca e resgate.
Dois aeroportos nas províncias de Thanh Hoa e Quang Binh foram fechados, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil do Vietnã. A Vietnam Airlines e a Vietjet cancelaram dezenas de voos no domingo e nesta segunda.
Movimentação do tufão
O Kajiki contornou a Ilha de Hainan, no sul da China, no domingo 24, movendo-se em direção ao Vietnã e forçando a cidade de Sanya, na ilha, a fechar comércios e interromper o transporte público. Nesta segunda, a província chinesa rebaixou seus alertas de tufão, mas alertou para chuvas fortes e tempestades isoladas.
A mídia local noticiou que muitos moradores de Sanya, um popular destino de férias, se abrigaram da tempestade em garagens subterrâneas na noite de domingo. Algumas árvores de grande porte foram derrubadas, deixando as ruas cobertas de detritos.
Nesta segunda, o Ministério dos Transportes da China instou autoridades locais em diversas províncias a permanecerem vigilantes quanto aos riscos e desastres secundários. As áreas incluem o sudoeste da China, como Sichuan, Yunnan e Guangxi, e o alerta abrangente também se estendeu às províncias do nordeste do país, como Heilongjiang e Jilin, próximas à Península da Coreia.