Com a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de cadeia por tentativa de golpe de Estado, aliados do ex-presidente no Congresso anunciaram que vão voltar a pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que ele coloque o projeto da anistia em votação já a partir da próxima semana.
Os bolsonaristas defendem a versão da proposta que concede perdão amplo e irrestrito a todos aqueles que foram condenados por envolvimento nos atos do dia 8 de janeiro. A oposição calcula que já teria cerca de 300 dos 257 votos necessários para aprovar a proposta, cujo objetivo principal é tentar livrar Bolsonaro da prisão e reabilitá-lo como candidato nas eleições presidenciais do ano que vem.
“O presidente da Câmara, Hugo Motta, pautando a anistia, teremos mais de 300 votos para aprovar o projeto”, garante o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). O parlamentar acredita que uma votação maciça vai levar o projeto a ser aprovado também no Senado. “Passou na Câmara, no Senado ninguém segura”, completou.
Na semana passada, Hugo Motta teria se comprometido com líderes de partidos de oposição da Câmara a colocar o projeto na pauta de votação depois que o STF concluísse o julgamento de Bolsonaro no processo da trama golpista. Para o filho Zero Um de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, Motta não pautou o projeto ainda porque tem cedido às pressões do governo Lula. “Não pautam porque sabem que o governo perde. É o momento do Congresso Nacional declarar a sua independência”, afirmou o senador.
Quem também voltará a se empenhar pela articulação em torno do projeto da anistia é o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Ele já avisou a Sóstenes Cavalcante que estará em Brasília na segunda-feira e irá se empenhar para convencer o presidente da Câmara a colocar a proposta em votação.
