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Após ultimato de Trump, Hamas diz que ainda analisa plano de paz e precisa de mais tempo

O Hamas ainda considera o plano de paz do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e precisa de mais tempo para dar uma resposta final, disse um membro do grupo palestino radical à agência de notícias AFP nesta sexta-feira, 3. A declaração ocorre após Trump dar um ultimato de “três ou quatro dias”, contados a partir desta terça-feira, para que aceite o acordo. Mas autoridades do Hamas estão divididas: a cúpula que negocia em Doha, no Catar, tende a aprovar a proposta; a de Gaza, contudo, demonstra resistência.

Um alto funcionário do Hamas afirmou à AFP que “a primeira (opinião) apoia a aprovação incondicional, já que a prioridade é um cessar-fogo sob as garantias de Trump, com mediadores garantindo que Israel implemente o plano”, em referência aos membros alocados em Doha, mas que “o segundo tem sérias reservas em relação às cláusulas principais”, acrescentando: “Eles são a favor da aprovação condicional com esclarecimentos que reflitam as demandas do Hamas e das facções da resistência”.

“Aceitar o plano ‘Trump’ significa suicídio político que destruirá a causa palestina”, escreveu Belal Rayan, filho de um líder linha-dura do Hamas morto por Israel em 2009, no X, antigo Twitter.

Mohammad Nazzal, autoridade do Hamas, informou à emissora catari Al Jazeera que o grupo “está discutindo esse plano com seriedade”. Ele, no entanto, adiantou que os militantes tinham “comentários” sobre a proposta e procuravam “áreas cinzentas” para negociar. Na terça-feira, 30, Trump orientou o Hamas que deve aceitar o acordo e alertou que “se não fizer, será um fim muito triste”. Em seguida, respondeu a uma pergunta se há espaço para que o grupo proponha mudanças: “Não muito”.

“Rejeitar o plano fará com que pareça que ele justifica a continuação da guerra”, disse Esmat Mansour, analista palestino que passou anos na prisão israelense com líderes do Hamas, ao jornal americano The New York Times. “Aceitá-lo equivalerá a assinar o seu fim.”

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+ Líder militar do Hamas em Gaza se opõe ao plano de paz de Trump, diz a BBC

O que prevê o acordo?

Ao apresentar a proposta na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump afirmou que caso o grupo palestino rejeite o plano, Israel terá o apoio dos Estados Unidos para “terminar o trabalho de destruir a ameaça”.

O plano de 20 pontos colocaria fim na guerra em Gaza, que já matou 66 mil palestinos — entre eles, 440 por fome, incluindo 147 crianças. O documento estabelece que, caso ambos os lados concordem, as “forças israelenses se retirarão para a linha acordada para se preparar para a libertação dos reféns”, ao passo que o Hamas terá até 72 horas para entregar os sequestrados, vivos e mortos.

“Durante esse período, todas as operações militares, incluindo bombardeios aéreos e de artilharia, serão suspensas, e as linhas de batalha permanecerão congeladas até que sejam reunidas as condições para a retirada completa e gradual”, determina.

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A proposta assinala que Gaza deverá ser uma zona “desradicalizada”, ou seja, sem grupos radicais. Sob o documento, o enclave passará por reconstrução com apoio de um comitê composto por palestinos qualificados e especialistas internacionais. A supervisão será feita por um novo órgão internacional de transição, o “Conselho da Paz”, que será presidido por Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro Tony Blair.

 

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