counter Após sinal verde de Israel, ONU começará a distribuir ajuda em Gaza neste domingo – Forsething

Após sinal verde de Israel, ONU começará a distribuir ajuda em Gaza neste domingo

As agências das Nações Unidas receberam permissão israelense para começar a distribuir ajuda humanitária em Gaza a partir deste domingo, 12. O sinal verde ocorre após o cessar-fogo entre Israel e Hamas entrar em vigor nesta manhã. Um funcionário da ONU, sob condição de anonimato, disse à emissora árabe Al Jazeera que a remessa será de 170.000 toneladas e já está posicionada nos países vizinhos, como Jordânia e Egito.

Nos últimos meses, a ONU e parceiros conseguiram entregar apenas 20% da ajuda necessária no enclave palestino, de acordo com Tom Fletcher, chefe para Assuntos Humanitários das Nações Unidas. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estima que 1,8 tonelada de ajuda entrou em Gaza desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023. O número, contudo, é insuficiente. Em reflexo ao bloqueio parcial imposto por Israel, ao menos 430 palestinos, incluindo 150 crianças, morreram de fome.

Tentar acessar suprimentos também se tornou perigoso. Quase 1.900 palestinos foram mortos enquanto buscavam ajuda desde 27 de maio, quando a Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglÊs) iniciou as operações em Gaza, indica o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH, na sigla em inglês). Apoiado por Israel e pelos Estados Unidos, o grupo privado americano é condenado pela ONU, que o acusa de transformar a fome em arma de guerra e de ineficácia.

+ Dois anos de guerra em Gaza: o conflito Israel-Hamas em números

Crianças com ‘desnutrição aguda’

Quase 55 mil crianças em idade pré-escolar enfrentam desnutrição aguda em Gaza, mostrou um estudo publicano na renomada revista científica Lancet nesta quarta-feira, 8. Para chegar à conclusão do estudo, pesquisadores mediram a circunferência dos braços de 220 mil crianças de seis meses a cinco anos em Gaza entre janeiro de 2024 e agosto de 2025, quando a fome foi declarada pela Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), órgão apoiado pela ONU.

Continua após a publicidade

O panorama é particularmente grave em Rafah, cidade superpovoada ao sul de Gaza, onde a desnutrição quadruplicou após Israel lançar uma ofensiva massiva na região. Na Cidade de Gaza, os casos de desnutrição crônica aumentaram mais de cinco vezes desde março de 2025 e subiram para quase 30% em meados de agosto.

Ainda na quarta-feira, a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, informou que ao menos 64 mil crianças foram mortas ou feridas na guerra na Faixa de Gaza. Ela alertou que “a fome persiste na Cidade de Gaza e está se espalhando para o sul, onde as crianças já vivem em condições terríveis” e destacou que “a crise de desnutrição, especialmente entre os bebês, continua chocante”.

Russell indicou, ainda, que a falta de uma alimentação duradoura provocou “causaram danos duradouros ao crescimento e desenvolvimento das crianças” no enclave palestino. A chefe da Unicef instou Israel a respeitar o direito internacional e garantir “proteção total da vida de todos os civis”, frisando que “negar assistência humanitária a civis é inequivocamente proibido”.

Continua após a publicidade

Acredita-se que 40 mil crianças tenham perdido um ou ambos os pais, segundo o Escritório Central de Estatísticas da Palestina, que definiu a situação como “a maior crise de órfãos da história moderna”. Além disso, dados de março do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontaram que entre 3.000 e 4.000 crianças em Gaza tiveram um ou mais membros amputados. O enclave palestino tornou-se o lugar do mundo com mais menores de idade mutilados.

 

Publicidade

About admin