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Após reclamar com ONU, China diz que Japão cruzou ‘linha vermelha’ ao sugerir ajuda a Taiwan

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alertou neste domingo, 23, que o Japão “cruzou uma linha vermelha” ao sugerir que um ataque a Taiwan, pequena nação insular com governo próprio que Pequim reclama como parte de seu território, culminaria em uma resposta militar de Tóquio. Ele também adiantou que o governo chinês está preparado para “responder resolutamente” caso necessário e que todos os países têm a responsabilidade de “impedir o ressurgimento do militarismo japonês”.

“É chocante que os atuais líderes do Japão tenham enviado publicamente o sinal errado de tentar uma intervenção militar na questão de Taiwan, tenham dito coisas que não deveriam ter dito e cruzado uma linha vermelha que não deveria ter sido ultrapassada”, disse Wang, em referência à declaração da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, a parlamentares no início do mês.

A advertência de Wang ocorre em meio à escalada das tensões entre os dois países. Na última sexta-feira, 21, a China enviou uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na qual criticava a “grave violação do direito internacional” e das normas diplomáticas por Takaichi. O documento afirmava que “se o Japão ousar tentar uma intervenção armada na situação do Estreito, será um ato de agressão”.

“A China exercerá resolutamente seu direito de autodefesa sob a Carta da ONU e o direito internacional e defenderá firmemente sua soberania e integridade territorial”, escreveu o embaixador da China nas Nações Unidas, Fu Cong, na carta.

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Tensões em alta

Na semana passada, a China suspendeu importações de frutos do mar do Japão. A medida ocorreu meses depois de Pequim ter revogado parcialmente uma restrição anterior, emitida em 2023. Antes disso, o mercado chinês – incluindo Hong Kong – representava mais de um quinto das exportações japonesas. A imprensa japonesa informou que autoridades em Pequim teriam dito que a decisão estava relacionada à necessidade de monitorar melhor a qualidade da água, mas dado o contexto, foi interpretada como medida retaliatória.

De acordo com o porta-voz do governo japonês, Minoru Kihara, um alto funcionário do governo Takaichi se reuniu com diplomatas em Pequim na terça, 18, para tentar amenizar a tensão, mas sem avanços iminentes. O Ministério das Relações Exteriores da China relatou ter exigido que a premiê se retratasse durante a reunião, mas Kihara descartou a possibilidade.

Em meio à crise, a embaixada do Japão em Pequim fez um alerta de segurança aos cidadãos, afirmando que devem respeitar os costumes locais enquanto estiverem em solo chinês e tomar cuidado ao interagir com locais. A orientação é que viajantes estejam atentos ao seu entorno quando estiverem ao ar livre, não fiquem sozinhos e tenham cautela extra ao acompanhar crianças.

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A China, por sua vez, desaconselhou viagens ao Japão. Mais de 10 companhias aéreas chinesas, como Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines, ofereceram reembolsos para voos com destino ao Japão até 31 de dezembro, enquanto a Sichuan Airlines cancelou os planos para a rota Chengdu-Sapporo até pelo menos março, de acordo com a mídia estatal.

 

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