counter Após premiê acusar Índia, Paquistão abre investigação sobre ataque terrorista que matou 12 – Forsething

Após premiê acusar Índia, Paquistão abre investigação sobre ataque terrorista que matou 12

O Paquistão abriu uma investigação nesta quarta-feira, 12, sobre o atentado que matou 12 pessoas em frente ao prédio do tribunal distrital em Islamabad, capital do país, na véspera. O anúncio ocorre após o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, acusar o “terrorismo de Estado indiano” de estar por trás do ataque suicida, sem provas. 

Outras quase 30 pessoas também ficaram feridas na explosão próxima a uma viatura policial. Falando a repórteres no local, o ministro do Interior do Paquistão, Mohsin Naqvi, relatou que o terrorista tentou entrar no prédio do tribunal a pé, mas foi impedido. Em seguida, esperou entre 10 e 15 minutos e detonou o dispositivo do lado de fora, perto de uma viatura.

O atentado, a princípio, foi reivindicado pelo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o Talibã paquistanês, que alegou ter como alvo “juízes e advogados não islâmicos”. Mais tarde, contudo, o porta-voz do TTP negou que o grupo islâmico estivesse por trás do ataque. De todo modo, autoridades locais continuam a culpar os radicais, responsáveis por centenas de ataques no país ao longo deste ano, com foco na polícia e nos serviços de segurança na região fronteiriça de Khyber Pakhtunkhwa.

O incidente de terça periga escalar as tensões regionais. Ainda na noite de terça-feira, Sharif emitiu uma declaração na qual alegava que militantes baseados no Afeganistão cometeram a explosão “a mando da Índia”, descrevendo-a como uma “conspiração nefasta”. Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Randhir Jaiswal, negou “categoricamente as alegações infundadas”. 

+ Atentado com homem-bomba deixa ao menos 12 mortos no Paquistão

Continua após a publicidade

Relações conturbadas

A tensão já latente entre Nova Délhi e Islamabad atingiu o pior nível quando ataques aéreos indianos atingiram alvos no Paquistão e na Caxemira paquistanesa em maio. A “Operação Sindoor” foi lançada como uma resposta a um ataque terrorista que matou 26 pessoas, em sua maioria turistas hindus, na região disputada por ambos os países.

No dia 22 de abril, homens armados abriram fogo contra turistas em um resort em Pahalgam. A Índia classificou o massacre como um “ataque terrorista” e acusou o país vizinho de apoiar o grupo responsável pela ação, autodenominado “Resistência da Caxemira”.

O Paquistão, por sua vez, negou qualquer envolvimento e retaliou com o fechamento do espaço aéreo para aviões indianos, o cancelamento de vistos e suspensão das relações comerciais com o vizinho. Nova Délhi, em resposta, retirou-se de um acordo de compartilhamento de águas, do qual a agricultura paquistanesa é altamente dependente.

Continua após a publicidade

O combate se ampliou, apesar de esforços diplomáticos para aliviar as tensões. Houve relatos de bombardeios ininterruptos e tiros ao longo da fronteira durante dos dias que se seguiram, bem como relatos de ataques do Paquistão à cidade de Jammu, capital da Caxemira indiana, que junto a outras cidades ficaram completamente sem energia. Explosões também atingiram cidades no lado paquistanês do território em disputa, danificando algumas casas.

Mas, no início de maio, um acordo de cessar-fogo entrou em vigor por mediação de Washington. Tanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quanto autoridades paquistanesas creditaram ao secretário de Estado americano, Marco Rubio, e ao vice-presidente, J.D. Vance, a mediação da paz entre os dois países, após horas de intensas negociações.

Publicidade

About admin