Após mais um episódio de apagão registrado na semana passada, a Enel Brasil afirmou que a solução para os problemas no fornecimento de energia passa por investimentos em redes mais resilientes e digitalizadas, segundo posicionamento enviado à imprensa. A empresa enfrenta forte desgaste diante da sequência de falhas no atendimento em São Paulo.
“A Enel Brasil reforça a importância de se realizar uma avaliação ampla para enfrentar, de forma estrutural, os desafios relacionados ao fornecimento de energia em uma cidade densamente populosa como São Paulo. Com as mudanças climáticas, a Região Metropolitana está cada vez mais exposta a eventos meteorológicos extremos. Essa avaliação deve ocorrer em um ambiente técnico adequado, garantindo que as necessidades da população sejam efetivamente priorizadas”, afirmou a companhia em nota.
A distribuidora também ressaltou que eventuais mudanças exigem um plano estruturado e coordenado com as autoridades públicas, incluindo a definição de modelos de remuneração que viabilizem os investimentos necessários. Segundo a Enel, a empresa está disposta a realizar esses aportes como parte de uma estratégia que será compartilhada com todas as instituições envolvidas.
Ainda de acordo com a nota, durante o apagão registrado em 10 de dezembro, após a passagem de um ciclone extratropical pela capital paulista, a Enel afirma ter mobilizado até 1.800 equipes ao longo do dia, número superior ao previsto no plano de contingência informado à Aneel. O objetivo, segundo a empresa, foi acelerar o restabelecimento do fornecimento de energia, com o uso de um contingente equivalente de veículos operacionais.
A distribuidora também declarou cumprir integralmente os indicadores regulatórios, afirmando ter apresentado avanços consistentes nos índices de qualidade do serviço, conforme fiscalizações recentes da agência reguladora.
O futuro da Enel em São Paulo
Apesar da defesa apresentada pela empresa, os governos federal, estadual e municipal decidiram iniciar o processo de extinção do contrato de concessão da Enel em São Paulo. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a distribuidora perdeu as condições de seguir à frente do serviço na capital e na Região Metropolitana. Segundo ele, a articulação foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que não há alternativa além da medida mais severa prevista em contrato: a decretação de caducidade da concessão. “Estamos encaminhando elementos ao Ministério de Minas e Energia e também à agência reguladora”, afirmou.