O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira, 29, que Moscou testou com “enorme sucesso” o torpedo submarino Poseidon, que tem capacidade nuclear.
Embora existam poucos detalhes confirmados sobre o Poseidon, nomeado em homenagem ao antigo deus grego do mar, analistas militares afirmam que trata-se, em essência, de um híbrido entre um torpedo e um drone capaz de devastar regiões costeiras ao desencadear vastas ondas oceânicas radioativas. A arma teria autonomia de 10.000 km e poderia viajar a cerca de 185 km por hora.
Durante visita a um hospital em Moscou onde estão soldados feridos na guerra com a Ucrânia, Putin disse que o teste aconteceu na terça-feira 28.
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“Pela primeira vez, conseguimos não apenas lançá-lo com um motor de propulsão a partir de um submarino, mas também ativar a unidade de energia nuclear”, disse o presidente russo. “Não há nada assim”.
O novo anúncio é uma clara mensagem de Moscou de que não pretende se dobrar à pressão para encerrar a guerra na Ucrânia. Na semana passada, a Rússia testou seu míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik, que teria capacidade de perfurar qualquer escudo de defesa.
O míssil viajou 14.000 km e ficou no ar por cerca de 15 horas quando foi testado, na última terça-feira, 21, afirmou Valery Gerasimov, chefe das Forças Armadas da Rússia. “É uma mercadoria única que ninguém mais no mundo tem”, disse Putin, que defende que a arma é invencível e que possui alcance quase ilimitado.
Em resposta ao lançamento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou seu homólogo russo, dizendo que ele “deveria acabar com a guerra”.
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“Uma guerra que deveria ter durado uma semana está prestes a entrar em seu quarto ano. É isso que ele deveria fazer, em vez de testar mísseis”, disparou o presidente, que tem o encerramento do conflito como um dos principais objetivos de seu segundo mandato.
Em uma ameaça velada, Trump afirmou: “Eles sabem que temos um submarino nuclear, o melhor do mundo, bem na costa deles. Não precisamos voar 12 mil quilômetros (…) Eles não estão brincando com a gente. Nós também não estamos brincando com eles.
Questionado sobre as declarações de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou não enxergar razões para que o teste afete negativamente as relações entre Rússia e Estados Unidos. “Não há nada aqui que possa e deva prejudicar as relações entre Moscou e Washington”, afirmou.
Segundo o Kremlin, a Rússia está desenvolvendo novos armamentos para garantir sua própria segurança. “Apesar de toda a nossa abertura para estabelecer um diálogo com os Estados Unidos, a Rússia, em primeiro lugar, e o presidente russo, são guiados por nossos próprios interesses nacionais”, declarou Peskov.de Chernobyl, na Ucrânia, palco do maior acidente atômico da história.