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Após áudio vazado, Witkoff vai a Moscou para ver Putin e conversas sobre Ucrânia esquentam

O enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, embarcou para Moscou nesta segunda-feira, 1º, e deve reunir-se com o líder russo, Vladimir Putin, na tarde de terça, 2, segundo o Kremlin. Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, também faz parte da delegação que dará continuidade às negociações de paz com o objetivo de encerrar a guerra na Ucrânia, que esquentaram na última semana.

O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, não especificou se Kushner – que teve papel ativo nas negociações sobre o acordo de paz em Gaza – também participará da reunião.

Esta será a sexta vez que Witkoff se reúne pessoalmente com Putin, algo que deve aumentar temores em Kiev e nas demais capitais europeias a respeito do rumo das negociações. Na semana passada, a Bloomberg revelou transcrições de um telefonema vazado entre Witkoff e um alto assessor do Kremlin, na qual o enviado de Trump parece orientar o Kremlin sobre a melhor maneira de conquistar o apoio do governo americano. Comentários anteriores do magnata imobiliário também foram percebidos como simpáticos a Moscou.

Conversas com Kiev

O encontro com Putin ocorrerá após os dois homens de confiança de Trump se reunirem no domingo 30 com uma delegação ucraniana de alto escalão na Flórida. Autoridades americanas descreveram as conversas na ocasião como “produtivas”, embora não tenha havido nenhum avanço concreto.

A pauta principal da rodada de negociações foram os detalhes da proposta de Washington para encerrar a guerra na Ucrânia. Diplomatas se concentraram em revisões do roteiro de 28 pontos para a paz, desenvolvido por meio de tratativas secretas entre autoridades americanas e russas. O plano foi amplamente criticado por membros do governo ucraniano e líderes europeus por favorecer demais as exigências russas.

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O chefe do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, Rustem Umerov, o chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Andrii Hnatov, o conselheiro presidencial Oleksandr Bevz e outros funcionários importantes da administração de Volodymyr Zelensky se reuniram com autoridades dos Estados Unidos por cerca de quatro horas no domingo. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que a sessão foi produtiva, mas que ainda há trabalho a ser feito. Umerov elogiou Washington pelos esforços diplomáticos em direção à paz, mas não deu detalhes sobre as discussões.

A reunião veio na esteira da renúncia de Andrii Yermak, que atuou como chefe de gabinete de Zelensky e negociador-chefe para a Ucrânia. Ele deixou o governo em meio a um escândalo de corrupção que já viu dois ministros demitidos e não faz mais parte da equipe que tenta desenhar um acordo para encerrar a guerra. Há apenas uma semana, Rubio se reuniu com Yermak em Genebra, o que resultou na revisão dos 28 pontos de Trump — algumas das exigências maximalistas da Rússia teriam sido descartadas, como a demanda de que o Exército ucraniano fosse reduzido pela metade.

Diplomacia esquenta

Enquanto isso, ministros da União Europeia estão reunidos em Bruxelas nesta segunda para conversas sobre assuntos externos e de defesa, e Zelensky se encontrou com o presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris, dando início a mais uma semana agitada de diplomacia em meio à crescente pressão dos Estados Unidos para o fim da guerra com a Ucrânia.

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Antes de se dirigir à imprensa, o presidente ucraniano publicou uma mensagem no X (ex-Twitter) enfatizando a necessidade de uma paz “duradoura” na Ucrânia e insistindo na importância de que mais lideranças internacionais se envolvam nas negociações de paz para que haja avanços. O presidente ucraniano sugeriu que ele e Macron “conversarão com outros líderes hoje”, embora não esteja claro se a lista inclui Trump.

“Durante nossas conversas de várias horas, Emmanuel Macron e eu avaliamos muitos detalhes. O foco principal foi nas negociações para o fim da guerra e nas garantias de segurança. A paz precisa ser verdadeiramente duradoura. A guerra precisa terminar o mais rápido possível. Muito agora depende do envolvimento de todos os líderes. Também conversaremos com outros líderes hoje. Obrigado!”, escreveu Zelensky.

Em nota, o Palácio do Eliseu informou que Macron e Zelensky já entraram em contato com vários líderes europeus, bem como com Witkoff e Umerov.

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Impasses

Ansiosos para agradar Trump, Kiev e Moscou aparentemente acolheram o plano de paz e a pressão para o fim da guerra. Mas a Rússia continua atacando a Ucrânia e reiterou suas exigências, indicando que um acordo ainda está longe no horizonte.

Putin insinuou na semana passada que lutará o tempo que for necessário para alcançar seus objetivos, afirmando que só parará quando as tropas ucranianas se retirarem das quatro regiões da Ucrânia que a Rússia disse ter anexado em 2022 — um movimento ilegal aos olhos do direito internacional —, mas ainda não controla totalmente. “Se eles não se retirarem, conseguiremos isso pela força”, disse o líder russo.

O plano de paz, segundo ele, “poderia servir de base para futuros acordos”, mas não é definitivo e requer “uma discussão séria”.

Zelensky se absteve de falar sobre pontos específicos do roteiro de 28 pontos, optando por agradecer profusamente a Trump por seus esforços e enfatizando a necessidade de a Europa – cujos interesses estão mais alinhados aos da Ucrânia – se envolver nos esforços de paz. Ele também ressaltou a importância de garantias de segurança robustas para Kiev.

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