Fala, pessoas!
O dia 11 de setembro vai ficar marcado na memória dos brasileiros e não pelo motivo que o mundo costuma lembrar. Neste 11 de setembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pelo STF por tentativa de golpe de Estado e por outros quatro crimes.
Mas calma: essa coluna não é sobre política. Ou melhor… não exatamente.
Durante o julgamento que parou o país, uma cena chamou atenção — e, de quebra, virou aula de português ao vivo. Quando a Ministra Cármen Lúcia se preparava para dar seu voto decisivo, o Ministro Flávio Dino pediu a palavra:
“Ministra Cármen, Vossa Excelência me concede um aparte?”
E aí começa a nossa dúvida do dia: o certo é “aparte”, “à parte” ou “a parte”?
- “Aparte” (junto e sem crase)
“Aparte” é um substantivo masculino que indica uma interrupção breve e respeitosa durante a fala de alguém, como aconteceu no STF. Também pode ser uma forma verbal do verbo “apartar”, embora esse uso seja bem menos comum hoje.
Exemplo: — “Ministro, posso pedir um aparte?”
- “À parte” (separado e com crase)
Essa expressão é uma locução adverbial, usada para indicar algo que está separado, isolado ou à margem de uma situação.
Exemplo: — “Deixando as questões políticas à parte, vamos focar na gramática.”
- “A parte” (com artigo definido)
Aqui temos apenas o artigo definido feminino “a” seguido do substantivo “parte”. Usa-se para se referir a uma parte específica de algo.
Exemplo: — “Gostei muito da parte em que ela responde com firmeza.”
Conclusão: quando política e gramática se cruzam
Enquanto o Brasil acompanha julgamentos históricos, o uso correto da língua portuguesa também entra em cena. Saber a diferença entre “aparte”, “à parte” e “a parte” pode parecer detalhe, mas é nos detalhes que mora o bom uso da nossa língua.
E cá entre nós, se até no STF tem aparte, não custa nada prestar atenção à parte que nos cabe: falar e escrever bem o português.
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Vamos que vamos!
Professor Noslen Borges
Revisão textual: Profª. Ma. Glaucia Dissenha