Havana amanheceu no escuro nesta segunda-feira, 4, após um apagão repentino interromper o fornecimento de energia em quase todos os bairros da capital de Cuba durante a madrugada. Segundo a Empresa Elétrica de Havana, falhas simultâneas em quatro subestações afetaram a rotina de 2,1 milhões de pessoas.
Apagões não são novidade na ilha. A capital convive diariamente com blecautes programados de cerca de quatro horas e, em algumas províncias, a falta de luz pode durar até 20 horas. Desta vez, no entanto, o corte pegou a população de surpresa, deixando “sem serviço várias áreas em quase todos os municípios”, informou a estatal nas redes sociais.
O fornecimento foi retomado após algumas horas, com prioridade para hospitais, sistemas de abastecimento de água e centros de interesse socioeconômico. A estatal estima demanda de 3.700 megawatts para o dia, com déficit previsto de 1.862 MW no horário de pico.
A infraestrutura elétrica cubana, baseada em usinas termelétricas antigas e uma rede de distribuição defasada, sofre com décadas de falta de investimento e manutenção. A crise é agravada pela escassez de combustível e pelas sanções econômicas, que também comprometem a distribuição de água e gás.
Entre outubro e março, Cuba registrou quatro apagões nacionais, alguns com duração de vários dias. Para amenizar o problema, o governo aposta na construção de 51 parques solares até o fim de 2025. Até agora, 24 já estão em funcionamento, todos com tecnologia chinesa.