Eduardo Bolsonaro completou cinco meses nos Estados Unidos. Deixou o Brasil e decidiu virar “exilado político” para lutar por sanções do governo dos Estados Unidos em virtude da “perseguição do sistema” contra Jair Bolsonaro no Brasil.
O deputado esperava prejudicar o STF, particularmente na figura de Alexandre de Moraes, e o próprio governo Lula, fazendo do pai um herói internacional.
Nesta quarta-feira, a aguardada reação dos Estados Unidos em favor de Bolsonaro tornou-se realidade. Donald Trump lançou uma bomba tarifária contra todo o setor produtivo nacional, alegando atuar motivado pelas decisões do STF contra Bolsonaro.
Todos os produtos brasileiros, graças ao amigo de Bolsonaro, serão taxados em 50%, a partir de agosto.
Era tudo que Lula precisava para tirar o governo do coma político em que havia se metido, sem discurso, sem rumo e sem entregas a apresentar ao país.
A partir de agora, o petista poderá culpar Bolsonaro pelo estrago econômico da decisão de Trump contra o Brasil. Não estará de todo errado.
Poderá dizer que Bolsonaro, cego por salvar a própria pele, escolheu penalizar o setor produtivo ao jogar o governo dos Estados Unidos contra os exportadores brasileiros. Não era o que o bolsonarismo queria, quando começou a articular na Casa Branca as sanções, mas foi o que conseguiu.
Bolsonaro e seus aliados, claro, vão tentar colocar a culpa de tudo no STF, mas o fato é que a Corte nem parte da briga política, será. O julgamento contra Bolsonaro seguirá e, caso leve adiante, as sanções, Trump contribuirá para o discurso petista de ataque ao bolsonarismo, pesado de mais para o país carregar.