O dólar comercial fechou em alta nesta segunda-feira, 7, com valorização de 0,99%, cotado a 5,478 reais na venda, após o governo dos Estados Unidos adotar novos prazos para o início do “tarifaço“. A medida aumentou a aversão ao risco devido às consequências que essa política comercial pode gerar na economia. A moeda americana ganhou força em escala global.
O “dollar index” (mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de moedas), operava em alta de 0,37% no final da tarde desta segunda-feira.
Na máxima do dia, o dólar chegou a ser negociado a 5,484 reais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu mais três semanas para os países que ainda não fecharam acordo para evitarem as tarifas punitivas que os americanos querem impor. A data limite passou de 9 de julho para 1º de agosto.
Para Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, destacou a comunicação que Trump fez ao Japão, sinalizando tarifas de até 25%, e aos países alinhados com o Brics, que poderiam ser taxados em 10%.
“Isso fez com que o mercado sim tivesse uma correção por aqui, assim como bolsas americanas que também caem alimentadas com esse receio de tarifas maiores”, explicou.
O analista destacou ainda a preocupação em relação a uma potencial majoração nas tarifas de países do Brics. “Sem dúvidas, esse pagamento aí adicional de tarifas pode impactar toda a nossa cadeia de receita e despesas. Mercado fica atento às reações dos países e se de fato isso pode se escalar ou não.”
O Ibovespa, índice de referência no Brasil, operava, por volta das 17h, em queda de 1,26%, aos 139.489 pontos.
As tarifas fazem parte da estratégia de Trump de usar o comércio como ferramenta política e econômica, tanto para proteger setores internos quanto para confrontar rivais geopolíticos.
Esses aumentos consistem em tarifas “recíprocas” que variam entre 10% e 70%. O início da cobrança deveria ter ocorrido em abril, mas a aplicação foi suspensa por 90 dias.
As declarações do governo americano intensificaram a cautela por parte dos investidores, que estão atentos ao risco de uma nova escalada protecionista.
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