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ANP é criticada por revisão ‘apressada’ de tarifas de transporte de gás

 

Entidades do setor de energia criticaram a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pela forma “apressada” e “açodada” com que tem conduzido processos relativos à revisão das tarifas de transporte de gás natural.

A agência realizou na quarta-feira, 8, uma audiência pública para debater um novo marco regulatório que deve determinar as regras para a definição das tarifas do serviço. Na mesma data, foi encerrado o prazo da consulta pública sobre as propostas tarifárias apresentadas pelas transportadoras de gás para o ciclo entre 2026 e 2030.

Ou seja, a ANP já analisa os valores que serão cobrados nos próximos anos ao mesmo tempo em que discute mudanças nas regras que devem conduzir esses cálculos.

A questão foi o ponto mais levantado pelos participantes da audiência pública desta quarta, 8. O Diretor Econômico Regulatório da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), Marcos Roberto Lopomo, afirmou que a imagem atual do processo é “contraditória e preocupante”.

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“A gente acredita que a raiz do problema está no processo regulatório e como ele vem sendo conduzido. Estamos enfrentando uma sobreposição crítica de consultas públicas”, disse. Segundo Lopomo, a proposta tarifária das transportadoras se opões às diretrizes regulatórias discutidas entre a ANP e o setor.

Além disso, afirma que a documentação é vasta e os prazos curtos, e que as propostas foram submetidas a consulta pública sem análise ou disponibilização de nota técnica pela ANP, o que impede uma análise profunda da proposta tarifária.

“Decisões tomadas nesse ambiente de pressa e de sobrecarga levarão a inconsistências regulatórias e conflitos normativos e, consequentemente, uma enorme insegurança”, afirmou.

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As críticas foram ecoadas por outras entidades como a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), o Conselho de Usuários do Sistema de Transporte de Gás Natural, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), entre outros. A advogada Liliana Marçal afirmou que causa “estranheza” a concomitância dos debates.

“Justamente porque aqui nós estamos revendo critérios para adoção de propostas e revisão tarifária e ao mesmo tempo, na consulta pública, 08/2025 as transportadoras estão apresentando propostas tarifárias com base na legislação que a gente quer alterar, que a gente quer harmonizar com a legislação vigente. Então, essa contradição compromete, sim, a lisura de todo o procedimento, de todo esse escrutínio público.”

Mudanças de cálculo

Na discussão sobre as novas regras para o cálculo das tarifas, as distribuidoras de gás ressaltaram as altas tarifas aplicadas atualmente. Segundo os expositores, a tarifa brasileira é quatro vezes maior que a cobrada na Europa.

A ANP promoverá nova sessão da audiência pública sobre a tarifa das transportadoras na próxima quarta-feira, dia 15.

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