Em meio à indefinição sobre a corrida eleitoral de 2026, analistas e conselheiros do PL se debruçam sobre pesquisas internas que apontam para cenários que podem ser decisivos no pleito que ocorrerá dentro de um ano.
Os dados são importantes para medir os pontos de fragilidade dos principais líderes do país – o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro – e definir as estratégias de campanha. A avaliação é que, numa reedição de 2022, o resultado da disputa será apertado e seguirá amparado na polarização entre a direita e a esquerda.
Conforme as avaliações na mesa de articuladores do partido de Bolsonaro, uma perda de votos no Nordeste pode complicar a vida de Lula. Dados internos revelam o eleitor frustrado com o terceiro mandato do petista, que, apesar de registrar bons números nos índices de emprego, não garante ao brasileiro as melhorias na qualidade de vida e no avanço do consumo registradas nas duas gestões anteriores.
Nas eleições de 2022, quase 70% do eleitor do Nordeste votou em Lula, mantendo a tradição da região de entregar a melhor votação proporcional ao petista. Pesquisa Genial/Quaest divulgada na última semana indica que o presidente é aprovado por 60% dos nordestinos. Os números seguem mostrando Lula à frente na região, mas registram uma marca mais baixa em relação àqueles que o apoiaram na disputa passada.
Outro ponto de fragilidade do petista, conforme os dados internos do PL, é a idade. O presidente terá 81 anos na eleição de 2026, o que eleva a pressão para que ele faça correr a mensagem de que está bem de saúde e tem condições de continuar governando o país.
Lula, por outro lado, tem um importante ativo contra Bolsonaro. Com a polarização ainda reinante no país, seu nome teria a capacidade de superar o radicalismo e unir o establishment contra o ex-presidente ou algum representante da família.
O feito não deve ser repetido caso outro representante do campo da direita esteja no páreo. A sinalização é a de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por exemplo, teria condições de virar a página na disputa retórica entre democracia e tentativa de golpe e de cobrar o presidente sobre as entregas – ou a ausência delas – durante o seu mandato.
Cinco anos após a pandemia da Covid-19, que matou mais de 700.000 brasileiros, o comportamento de Bolsonaro frente ao combate ao vírus segue vivo na memória do eleitor, conforme os dados analisados pelo PL.
A avaliação é que principalmente as pessoas que foram afetadas pelos efeitos do vírus ou perderam familiares não perdoam o ex-presidente por ter minimizado a doença e atrasado a aquisição de vacinas – e, portanto, se recusariam a votar nele ou em algum nome da família.