O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou em São Paulo nesta segunda-feira, 25, que, na Bahia, o alinhamento da legenda ou não com o quadro nacional das eleições presidenciais de 2026 será definido pelo senador Otto Alencar, importante nome baiano da sigla.
“O partido, em cada estado, está consolidando seus projetos (…). Na Bahia, o senador Otto Alencar nos lidera e caberá a ele conduzir o partido”, declarou ao ser questionado sobre a possibilidade de independência dos diretórios estaduais em relação ao candidato do partido, ou outro que seja apoiado por ele, nas eleições presidenciais do próximo ano.
Na Bahia, o PSD tem um antigo e forte acordo com o PT, e o senador Otto Alencar foi eleito em 2022 com o apoio do petismo, bem como o senador Angelo Coronel (PSD) em 2018. No entanto, Kassab tem demonstrado que o partido deve caminhar cada vez mais à direita, como oposição a Lula e aos petistas na disputa presidencial de 2026.
O Partido dos Trabalhadores tem na Bahia, que é o quarto maior colégio eleitoral do país, o seu principal reduto do Nordeste, e, uma articulação local com a sigla tem sido benéfica ao PSD nos últimos anos. O PT governa o estado desde 2007, quando o hoje senador Jaques Wagner (PT-BA) derrotou o carlismo e chegou ao poder — agora, a sigla está no quinto mandato à frente do estado, com Jerônimo Rodrigues.
Apesar disso, Kassab negou que irá liberar os demais diretórios estaduais para ficarem independentes e destacou uma ideia de harmonia nacional em toda a legenda. “Haverá uma sintonia com a direção partidária. No momento em que você tem eleições, os partidos se voltam para dentro em suas decisões para, depois, se apresentarem para fora, junto ao eleitor e a outros partidos. Não há questão de independência. Existe harmonia. Em todas as candidaturas [estaduais], existe uma tendência sempre para que elas estejam alinhadas à nossa candidatura próprio à Presidência da República“, declarou.
O PSD é considerado um partido estratégico em 2026. Em alguns estados, apesar do direcionamento geral mais à direita, os principais nomes da legenda estão alinhados ao presidente Lula, como é o caso da Bahia, do Amazonas, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
As falas de Kassab foram feitas em um evento do Esfera Brasil que contou com a participação dos maiores líderes da direita, como os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto; do MDB, Baleia Rossi; e do PP, Ciro Nogueira.
Durante o encontro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi muito elogiado e tratado como candidato à Presidência. Segundo a última pesquisa Genial/Quaest, ele é o maior oponente de Lula para 2026, superando até Jair Bolsonaro (PL). Caso ele seja candidato, Kassab avalia apoiá-lo em detrimento de uma candidatura própria do PSD ao Planalto.