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Alimentados por onda de calor e ventos extremos, incêndios florestais devastam Europa

Incêndios florestais mortais se espalham por países do sul da Europa nesta quarta-feira, 13, queimando áreas residenciais e forçando a retirada de milhares de moradores e turistas. Com temperaturas recordes e ventos fortes, Grécia, Espanha, Turquia, Montenegro e Albânia estão entre as nações mais atingidas pelas chamas, com ao menos sete mortes já confirmadas desde o início da semana.

Na Grécia, moradores e turistas foram retirados das ilhas de Chios e Zakynthos, onde três focos de incêndio se estendem por mais de 15 quilômetros e já destruíram casas, estabelecimentos turísticos e áreas agrícolas. No oeste do Peloponeso, as chamas invadiram a cidade de Patras durante a noite, queimando imóveis, comércios e veículos. Ao menos 13 bombeiros ficaram feridos. Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Vassilis Vathrakogiannis, o risco de novos incêndios permanece “muito alto” em grande parte do país, com previsão de condições ainda mais adversas nos próximos dias.

Na cidade grega de Patras, a oeste de Atenas, imagens feitas de um barco de resgate mostram a vila coberta por fogo e fumaça. O fogo interrompeu o tráfego ferroviário e provocou evacuações em localidades vizinhas, com novos alertas nesta quarta aconselhando os moradores de duas vilas próximas a fugirem. As ilhas de Chios, Cefalônia e Zakynthos, muito procuradas por turistas, também tiveram moradores e visitantes removidos às pressas.

Um morador carrega um cachorro durante um incêndio florestal perto da cidade de Patras, no oeste da Grécia, em 13 de agosto de 2025
Um morador carrega um cachorro durante um incêndio florestal perto da cidade de Patras, no oeste da Grécia, em 13 de agosto de 2025ARIS MESSINIS/AFP
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Na Espanha, 14 focos permanecem ativos em meio a uma onda de calor que já dura dez dias e elevou as temperaturas a 45 °C.  Um voluntário de 35 anos morreu tentando criar uma barreira contra o fogo na região de Castilla y León, onde 8.200 pessoas foram evacuadas, elevando para seis o número de mortos por queimadas no país este ano.

A Unidade Militar de Emergência (UME) da Espanha foi enviada a Ourense na terça-feira para ajudar a combater os incêndios florestais que estão devastando a região. Imagens mostram fumaça espessa subindo sobre colinas e chamas consumindo a vegetação enquanto equipes de emergência trabalham para apagar as chamas.

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Em alguns casos, o governo suspeita de incêndio criminoso. Um bombeiro foi preso nesta terça-feira por iniciar um incêndio na área de Ávila, ao norte de Madri, há duas semanas, enquanto a polícia disse estar investigando uma mulher de 63 anos por supostamente ter iniciado incêndios na área de Muxía, na Galícia, em agosto.

Em Portugal, os bombeiros combatem três grandes focos de chamas, incluindo um grande incêndio em Trancoso, no centro do país. Na Turquia, cerca de 1.800 socorristas e 19 aeronaves atuaram em Canakkale, onde o fogo provocou o fechamento do estreito de Dardanelos e do aeroporto local. Um homem morreu quando um caminhão de bombeiros capotou. Acidente semelhante matou um sargento do Exército em Montenegro. Na Albânia, autoridades descrevem uma “semana crítica” com 24 focos ativos e ao menos uma morte relacionada ao fogo.

A wildfire approaches Casal do Monte village in Trancoso, on August 13, 2025.
A wildfire approaches Casal do Monte village in Trancoso, on August 13, 2025PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
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As altas temperaturas também castigam a Itália. Com 16 cidades sob alerta vermelho, o país prevê temperaturas de até 39 °C. Dois casos fatais de insolação infantil foram registrados, um deles na Sardenha. O Papa Leão transferiu sua audiência semanal da Praça de São Pedro para um local coberto no Vaticano, “para ficar um pouco longe do sol e do calor extremo”.

Enquanto isso, a Eslovênia teve a noite mais quente de sua história, com mínima de 28 °C. No Reino Unido, a quarta onda de calor do ano elevou os termômetros a 33 °C e provocou queimadas em Londres.

Segundo o Centro Comum de Pesquisa da União Europeia, cerca de 440 mil hectares já foram consumidos por incêndios no bloco em 2025 — o dobro da média histórica para este período desde 2006. Especialistas alertam que mudanças climáticas estão tornando os verões no Mediterrâneo mais longos, secos e perigosos. O Greenpeace estima que investir € 1 bilhão anuais em manejo florestal poderia poupar até 9,9 milhões de hectares e evitar € 99 bilhões em gastos com combate ao fogo e reconstrução.

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