Líder político mais popular da direita, Jair Bolsonaro completou, nesta terça, três meses preso e silenciado num condomínio de casas em Brasília. Como personagem nacional a polarizar com Lula e outros adversários, o ex-mandatário já não existe mais.
Hoje, tornou-se, segundo aliados que o visitam, um deprimido e melancólico senhor de 70 anos, que sabe que terá quase três décadas de cadeia para puxar pela frente.
“Está prostrado e muito abalado. Foi abandonado”, diz um aliado de primeira hora.
Com problemas de saúde ocasionados pela facada de 2018, Bolsonaro vive com as tais crises de soluço e tem demonstrado cada vez menos vontade de lutar para escapar da prisão a partir da aprovação da anistia no Congresso. A ficha caiu. O ex-presidente sabe que não conseguirá mover o Parlamento para aprovar tal proposta.
Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a trama golpista, o ex-presidente deve começar a cumprir essa pena ainda neste mês e, segundo ministros do STF, numa prisão de verdade — numa sala especial da Polícia Federal ou no Complexo Penitenciário da Papuda.
Seja qual for o espaço, o tempo de prisão não deve ser longo. Tanto no sistema prisional quanto na Polícia Federal, as condições de saúde do ex-presidente são citadas como um fator a impedir uma longa custódia nesses espaços.