Um médico enfrenta julgamento nesta segunda-feira, 14, por supostamente ter matado 15 dos seus pacientes na Alemanha. Johannes M., como foi identificado pela imprensa alemã, é acusado de matar 12 mulheres e três homens através de injeções fatais de sedativos entre setembro de 2021 e julho de 2024 em Berlim. Em alguns casos, ele também queimava as casas das vítimas, que tinham entre 25 e 94 anos.
Na abertura do julgamento, o promotor Philipp Meyhoefer afirmou de Johannes “visitou seus pacientes sob o pretexto de fornecer cuidados médicos” e tinha planejado “visitas domiciliares, já com a intenção de matar”. O réu, segundo Meyhoefer, “agiu com desrespeito à vida” e “se comportou como o mestre da vida e da morte”. Por isso, a promotoria pede prisão perpétua.
Os promotores alegaram que ele “administrou um anestésico e um relaxante muscular aos seus pacientes… sem seu conhecimento ou consentimento” e que a medicação “paralisou os músculos respiratórios, causando parada respiratória e morte em minutos”. Em cinco dos casos, Johannes também teria ateado fogo na casa dos pacientes para despistar o crime.
Ele, ainda, é acusado de matar duas pessoas em um mesmo dia. Na manhã de 8 de julho de 2024, ele teria assassinado um homem de 75 anos em sua casa no bairro de Kreuzberg. Mas não parou por aí, e “algumas horas depois” teria atacado novamente, matando uma mulher de 76 anos no distrito de Neukoelln. Ele, então, teria tentado iniciar um incêndio no apartamento da idosa, mas as chamas teriam apagado.
“Quando ele percebeu isso, ele supostamente informou um parente da mulher e alegou que estava em frente ao apartamento dela e que ninguém estava atendendo a campainha”, disseram os promotores.
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Suspeitas contra Johannes
Johannes é radiologista, clínico geral e especialista em cuidados paliativos. Segundo o Die Zeit, ele apresentou, em 2013, uma tese de doutorado na qual abordava os motivos por trás de uma série de assassinatos em Frankfurt, com introdução: “Por que as pessoas matam?”.
Em julho do ano passado, ele foi denunciado por um colega de trabalho, que passou a suspeitar de que algo estava errado após muitos pacientes de Johannes haviam morrido em incêndios, informou o jornal alemão Die Zeit. O médico foi preso um mês mais tarde, tendo sido atrelado a quatro assassinatos.
As acusações, no entanto, foram crescendo com o desenrolar das investigações. Agora, ele enfrenta 15 acusações de homicídio e é investigado por outras 96 mortes, de acordo com a agência de notícias francesas AFP. Entre as supostas vítimas, está a sogra de Johannes. A idosa, que enfrentava um câncer, morreu uma semana após a visita do genro e da filha terem ido visitá-la na Polônia no início de 2024.