Réu no núcleo 3 da ação da trama golpista, o agente da Polícia Federal (PF) Wladimir Matos Soares afirmou nesta segunda-feira, em interrogatório remoto no STF, que seria um “voluntário” se o então presidente Jair Bolsonaro decidisse permanecer no governo depois da derrota para Lula na eleição de 2022 e assinasse um ato legal demandando proteção a ele e ao Palácio do Planalto.
O policial federal fez a declaração ao menos três vezes durante o interrogatório, enquanto dava explicações sobre mensagens enviadas a Sérgio Cordeiro, então ajudante de ordens de Bolsonaro. Inicialmente, respondeu ao juiz auxiliar Rafael Henrique, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que estaria disposto a atuar voluntariamente se Bolsonaro “decidisse não entregar a faixa” a Lula.
Mais adiante, o representante da Procuradoria-Geral da República (PGR) buscou esclarecimentos sobre a resposta, perguntando em que contexto um eventual pedido de Bolsonaro para “permanecer no governo” seria legal.
“Permanecer, eu digo, se ele, por vontade dele, resolvesse permanecer no governo, ele acionasse a Polícia Federal, eu entraria nesse acionamento, se a Polícia Federal me demandasse. Porque, se o diretor dissesse ‘não, vocês não vão’, a gente não vai, entende? É o que o diretor da Polícia Federal determinasse naquela época, que ainda não era o diretor atual. Era o diretor antigo”, afirmou o interrogado.
