Para além do discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, a agenda do presidente Lula durante sua viagem a Nova York empilha contrapontos às políticas do governo Donald Trump no palco internacional, em um momento em que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos enfrentam possivelmente a maior crise de sua história.
Nesta segunda-feira, às 15h (de Nova York; 16h de Brasília), Lula vai participar da Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, na sede das Nações Unidas.
Como se sabe, os Estados Unidos são os maiores aliados de Israel e se opõem sistematicamente ao reconhecimento de um Estado palestino, assim como a votações de um cessar-fogo imediato e incondicional na Faixa de Gaza.
Lula, por sua vez, classifica o custo humano da guerra travada pelo governo de Benjamin Netanyahu contra o Hamas, com dezenas de milhares de civis palestinos mortos, incluindo mulheres e crianças, como um “genocídio”.
Na terça-feira à tarde, depois da assembleia da ONU, o presidente brasileiro vai liderar uma reunião sobre o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), proposta de financiamento climático que deve ser lançada durante a COP30, em Belém.
Neste segundo mandato, por outro lado, Trump tem se notabilizado por cortar o financiamento do governo americano a energias renováveis e ao fomento de iniciativas de preservação ambiental mundo afora. No dia de sua posse, anunciou, mais uma vez, que abandonaria o Acordo de Paris.
Para completar, na quarta-feira, Lula vai participar da 2ª Reunião “Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos”, na qual o economista americano Joseph Stiglitz lerá um manifesto dos vencedores do Prêmio Nobel em favor da democracia.
Visto como um exemplo dos perigos da ascensão da extrema direita e do autoritarismo em uma potência global, o governo dos EUA não foi convidado a participar.