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Acabou a paz: líder do PT dispara contra a nova alta da taxa de juros

Em crise econômica e baixa popularidade a um ano da eleição, o governo Luiz Inácio Lula da Silva deve ver parte de seus apoiadores subindo o tom contra o Banco Central, agora liderado por Gabriel Galípolo, indicado pelo petista, depois de o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, 18. Agora, ela está em 15% ao ano, uma das maiores das últimas décadas.

Logo após o anúncio, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do governo na Câmara, disparou contra a medida. “Não dá pra aceitar como normal o novo aumento da Selic pelo Banco Central. A taxa de 15% é indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos. É a transformação do Brasil no paraíso dos rentistas: quem vive de juros ganha, quem trabalha perde. Falam muito de ajuste fiscal e da dívida pública. Mas o crescimento da dívida não vem dos programas sociais com saúde ou educação — vem do pagamento de juros”, disse. 

Lindbergh continuou em post feito nas suas redes sociais: “Em 2024, o déficit nominal foi de 988 bilhões de reais. Sabe quanto foi de gasto primário (políticas públicas de saúde, educação, previdência etc)? 18 bilhões de reais. Os outros 970 bilhões de reais foram para juros da dívida. O Banco Central não pode ignorar o impacto fiscal de sua política monetária. Se dizem que a dívida preocupa tanto, por que a política de juros não considera o custo que ela própria impõe às contas públicas? Vejam o tamanho do problema: o sistema tributário é absolutamente desigual, os super ricos não querem pagar impostos, ganham muito dinheiro com as aplicações com juros altos e insistem em cortar programas sociais de saúde e educação, bem como desvincular o salário mínimo da previdência”, completou o deputado. 

Mais cedo, ao anunciar o reajuste, nota do Banco Central apontou os motivos para o aumento. “O ambiente global permanece adverso e particularmente incerto devido à política econômica e às perspectivas econômicas dos Estados Unidos, principalmente no que diz respeito às suas políticas comerciais e fiscais e seus efeitos. Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também foram impactados, alterando as condições financeiras globais. Esse cenário continua exigindo cautela das economias de mercados emergentes em meio à escalada das tensões geopolíticas”, diz trecho do comunicado.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto de indicadores de atividade econômica e mercado de trabalho “ainda apresenta alguma robustez, embora observemos alguma moderação no crescimento. Em divulgações recentes, a inflação geral e as medidas de inflação subjacente permaneceram acima da meta de inflação”. As expectativas de inflação para 2025 e 2026 coletadas pela pesquisa Focus permaneceram acima da meta de inflação, em 5,2% e 4,5%, respectivamente.

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