O chefe de assuntos humanitários das Nações Unidas (ONU), Tom Fletcher, ficou espantado com o alcance da destruição da Cidade de Gaza, ao visitar a região, neste sábado, 18. As organizações humanitárias têm um desafio “monumental” à frente para reconstruir o que foi perdido, avaliou o representante. Fletcher foi inspecionar o estado de uma estação de tratamento de esgoto ao norte da cidade quando reparou na mudança da paisagem decorrente do conflito que durou dois anos. “Passei por aqui há sete ou oito meses, quando a maior parte desses prédios ainda estava de pé. Ver a destruição é absolutamente devastador”, disse à agência de notícias francesa AFP.
Fletcher verificou que a estação de tratamento, no bairro de Sheikh Raduan, está profundamente danificada e classificou a tarefa de reconstrução de Gaza como “enorme” e “gigantesca”. “Precisamos restaurar a eletricidade para que possamos começar a colocar o sistema de saneamento para funcionar”, disse o diplomata britânico à AFP. A ONU tem um plano para intensificar esforços de distribuição de alimentos, retomar o atendimento médico e abrigar palestinos ao longo dos próximos 60 dias.
Menos de uma semana após o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas ser assinado, as duas partes do conflito prosseguem com a troca de restos mortais. Israel devolveu os corpos de 15 palestinos neste sábado, o que levou o montante total para 135, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. A organização terrorista devolveu os reféns prometidos a Israel e iniciou a entrega de restos mortais do lado inimigo.
O principal ponto para a entrada de ajuda humanitária, na fronteira de Rafah, no Egito, ainda não foi reaberto. Caminhões com suprimentos estão entrando no território através de postos de controle israelente, trazendo algum alívio para os moradores locais. Cerca de 950 caminhões cruzaram a fronteira entre Israel e Gaza após o cessar-fogo, segundo a ONU.