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A vista do hotel suíço que serviu de fonte de inspiração para artistas

O programa da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus e também na versão podcast no Spotify) traz um depoimento de Jay Gawa, diretor-geral do Hotel des Trois Couronnes, onde está desde em 2010. Portanto, há quinze anos lidera um dos hotéis mais luxuosos da região de Vevey, que tem um lago monumental que se debruça à beira de montanhas para todos os lados. Fundado em 1842 pelo hoteleiro Gabriel Monnet, que transformou um castelo do século XIV num luxuoso hotel de frente para o Lago Léman, o edifício apresenta uma fachada neoclássica, abrigando um ambiente de elegância do século XIX. Ao unir tradição e modernidade em suas instalações, incluindo um spa e restaurantes de renome, o Trois Couronnes tem vistas panorâmicas deslumbrantes para os Alpes suíços. Em conversa com a coluna GENTE durante uma visita ao local, Jay falou sobre as paixões suíças que vão além da hotelaria.

O que há de fascinante na história desse hotel? Antes de ser um hotel, era um castelo. A visão de quem criou esse hotel, em 1842, era de fazer um dos hotéis mais lindos da Suíça e trazer para cá, na época, o sangue nobre, azul… Os príncipes, os reis, as princesas da Europa… Esse hotel é o terceiro mais antigo na Suíça. Não posso dizer que é um palácio, porque quando foi construído, não existiam palácios ainda. Foi antes da época dos palácios. Não tinha eletricidade, não tinha cozinha como a gente conhece hoje, não existiam bares. Tudo isso veio depois. É um hotel que, gosto de dizer, é como uma caverna de Ali Babá. Cheio de tesouros, de surpresas e tudo tem história. Sempre foi uma fonte de inspiração para muitos artistas, desde que foi construído.

A vista para o lago é inspiradora, não? Essa vista, em inglês, a gente diria que se trata de uma living painting (pintura viva). É um quadro que está sempre mudando, o tempo todo. E quem chega aqui entra num estado, num modo contemplativo.

O turismo na Suíça tem muito desse modo contemplativo de enxergar as coisas. Por quê? É interessante, porque a Suíça foi um dos primeiros países a criar o turismo. A palavra ‘turismo’ vem na época da noção de ‘grand tour’. Fazer um tour, dar uma volta… E assim surgiu o turismo.No final do século XIX e começo do século XX, e até os anos 1950, mais de 10% do turismo europeu acontecia na Suíça. 10% é um número muito grande, porque a Suíça é um país minúsculo. Em comparação com hoje em dia, é menos de 1%. Na época, esses hotéis foram todos construídos sem limite. Assim que um hotel abria, dez anos mais tarde abria um outro com mais inovações tecnológicas. Depois disso, chegou a época dos palácios maiores. É como o que está acontecendo com Dubai. Eles constroem um (hotel) maior do que o outro. O que estava na moda dez anos atrás, não está mais. Isso aconteceu há mais de 150 anos aqui.

Você vem de uma família de hoteleiros desbravadores. Como tudo começou? Na minha família, dos dois lados, eles eram assim. A família da minha mãe fez o primeiro hotel de Zermatt. Meu tataravô vendia sabonete. Ele estava em outro vale, viu a pedra na montanha de Montserrat e pensou: ‘Acho que o pessoal vai querer ver isso daqui, vamos construir um lugar para o pessoal vir dormir.’ Os hotéis em Zermatt foram erguidos por volta de 1840 também. Começou com alpinistas, que eram ingleses. Graças ao Jean Jacques Rousseau, além dos outros autores que vieram e viram essas paisagens, foram descobrindo a Suíça.

O senhor diz que 10% do turismo europeu já esteve concentrado na Suíça, mas hoje em dia, é menos de 1%. A que se deve essa redução? Depois da Segunda Guerra Mundial, com esse modelo desses empresários, ficou difícil manter atratividade. Muitos hotéis fecharam ou foram transformados em apartamentos. Os 10% foram antes da Segunda Guerra Mundial, mas agora é 1%. A Suíça, naquela época, era o lugar onde você ia com os seus avós. Eles iam no início do século XX, mas depois que a Europa se ‘abriu’, eles queriam ver outras coisas. Assim como tudo, tem coisas que entram na moda ou saem, é um ciclo. Agora, teve uma reconexão. Nos anos 1980 ir para Paris era 500 ou 600 euros, no mínimo. Quando os voos low costs chegaram, abriu espaço para muita gente. Hoje em dia é mais barato pegar um avião de Geneva para Madrid.

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Como um país pequeno pode atrair públicos tão variados? Quando se viaja para aqui (Suíça), é porque você quer relaxar. Aqui você não vai ter que ligar para dez restaurantes para achar uma mesa num sábado à noite. Não tem trânsito para ir ao restaurante ou dificuldade para achar vaga de carro. Essas coisas são muito agradáveis nessa noção de desacelerar, poder aproveitar. A Suíça é pequena, mas é tão rica de diversos panoramas. Em Zermatt, a montanha é quase no mediterrâneo. Lavaux, aqui perto, é patrimônio mundial da Unesco e tem vinhos fantásticos.  Mais do lado, a meca do queijo Gruyère, a meca da fondue… Tudo fica a 15, 20 minutos de trem.

A que se deve a qualidade do chocolate suíço? O chocolate ao leite foi inventado aqui em Vevey, pelos fundadores da Nestlé, criada por Henri Nestlé. Tinha um cara que se chamava Nestlé, quem inventou o chocolate ao leite. Depois inventou primeiro o leite em pó, foi uma revolução mundial. Depois disso, Daniel Peter, inventou como colocar o leite em pó no chocolate, e criou chocolate ao leite. Então uma terceira pessoa, quinze anos depois, inventou uma máquina para fazer os tabletes de chocolate e quebrar as nozes. Isso aconteceu em pouco tempo e criou um boom econômico. Tudo isso graças à qualidade do leite. A gente tem a sorte dessa qualidade de queijo e de chocolate ao leite por conta da grama excepcional. A vaca fica uma parte do tempo na fazenda, durante o inverno, e depois sobe para as montanhas.

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A vista deslumbrante do lago de Vevey ao entardecer –Valmir Moratelli/VEJA

+ dicas da coluna GENTE para hotéis de luxo na Suíça:

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Mandarin Oriental Savoy, em Zurique (Poststrasse 12, 8001 Zurique). Um marco histórico renascido no coração de Zurique, combinando elegância atemporal com luxo contemporâneo. A poucos passos da avenida Bahnhofstrasse (um verdadeiro shopping a céu aberto), o hotel oferece quartos e suítes refinados, restaurantes de classe mundial e serviço personalizado para uma estadia inesquecível.

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Mandarin Oriental Savoy, em Zurique –./Divulgação

Grace La Margna, em St. Moritz (Via Serlas 5, CH-7500 St. Moritz). Este hotel-boutique 5 estrelas combina o charme histórico com o luxo moderno e oferece um ambiente único, projetado para relaxamento e aventura. Experiências culinárias criam uma simbiose entre tradição e inovação. Seja em elegantes restaurantes ou com um coquetel requintado, cada momento é um prazer. Há ainda uma espaçosa área de bem-estar com uma piscina de 20 metros, saunas e banhos de vapor, além de um lounge.

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Grace La Margna, em St. Moritz –./Divulgação
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Mont Cervin Palace, em Zermatt (Bahnhofstrasse 31 CH-3920 Zermatt). Os hotéis de esqui costumam ser todos iguais. Mas este, aos pés da imponente Matterhorn, não é uma hospedaria alpina qualquer. Este magnífico hotel do século XIX é mais elegante do que muitos hotéis de cinco estrelas das grandes cidades, mas com o tipo de ambiente descontraído. Os serviços são de primeira linha e as instalações são variadas: piscina ao ar livre e coberta, academia de ginástica e o spa Nescens. Os quartos variam desde o luxo mais tradicional até o contemporâneo. A maioria tem sacadas com vista para o Matterhorn, enquanto várias suítes oferecem lareira. Três restaurantes e dois bares servem os hóspedes do hotel, além dos vários outros que se encontram por perto, graças à localização central do Mont Cervin em Zermatt. O hotel abre do fim de novembro até o fim de abril, e da metade de junho até o começo de outubro.

Mont Cervin Palace, em Zermatt
Mont Cervin Palace, em Zermatt –./Divulgação

Hotel Schweizerhof Bern & Spa, em Berna (Bahnhofplatz 11, 3001 Bern). Renomado por sua localização central, em frente à estação de trem, é uma escolha ideal para turistas que buscam conveniência. O excepcional atendimento da equipe, os quartos confortáveis e limpos e as excelentes opções gastronômicas, particularmente no Jack’s Brasserie, além das instalações de spa, proporcionam um refúgio bem no centro da cidade.

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Hotel Schweizerhof Bern & Spa, em Berna –./Divulgação
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Sobre o programa semanal da coluna GENTE. Quando: vai ao ar toda segunda-feira. Onde assistir: No canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus ou no canal VEJA GENTE no Spotify, na versão podcast.

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