O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, chegou aos cinemas de Nova York na quarta-feira, 26, com distribuição da Neon Rated. No geral, o filme foi muito bem recepcionado no exterior e recebeu críticas positivas dos principais jornais do mundo, incluindo o The New York Times e de revistas especializadas em cultura como a Rolling Stone. O filme também alcançou o marco de 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, um agregador de críticas que serve como parâmetro para medir a qualidade de longas-metragens — isso, pelo menos, até a publicação de uma crítica negativa que baixou o score do filme para 99%.
Uma crítica informal publicada no Substack foi vinculada ao Rotten Tomatoes e deu ao filme uma nota de 5.5 de 10. Na resenha, o autor Edward Douglas ressalta seu carinho pelo Brasil e a expectativa que tinha sobre o novo filme de Kleber Mendonça Filho, que foi destruída durante a experiência no cinema.
De modo geral, a resenha critica o sucesso aparentemente “injustificável” do filme. “Eu simplesmente não entendo o fascínio por este filme, especialmente considerando os outros filmes em cartaz em Cannes este ano (…). Muitos elogiam a atuação de Wagner Moura, mas, para mim, ele está ali apenas observando, sem nenhuma reação real, e eu achei que ele estava melhor em Guerra Civil de Alex Garner no ano passado”, escreve Edward. A atuação de Moura, no entanto, é um dos aspectos mais elogiados pela crítica especializada nos Estados Unidos. A revista The New Yorker chamou o trabalho do ator baiano de “estelar” marcado por uma “determinação elegante, energia ponderada e uma calma sobrenatural diante do perigo mortal”. A Rolling Stone colocou como merecida a vitória do ator em Cannes: “Seu trabalho aqui [em O Agente Secreto] sugere que há toda uma gama de nuances que ele vinha mantendo escondida; ao ver Moura adicionando tons de cinza a esse homem em fuga, adaptando-se à manipulação de linhas temporais e flashbacks de Filho e, em um momento, interpretando dois personagens simultaneamente, você sente que sua vitória como Melhor Ator em Cannes, na primavera passada, foi mais do que merecida”.
De volta à crítica negativa, Douglas pontua a presença de personagens irrelevantes, como o alemão sobrevivente do Holocausto interpretado por Udo Kier, morto aos 81 anos há poucos dias, e sobre a perna cabeluda, que segundo o usuário, ataca pessoas “sem nenhum motivo aparente”. No saldo final, o crítico pontua que O Agente Secreto é um filme que “desperdiça a maior parte de sua duração absurdamente longa com um completo disparate que pouco contribui para a experiência de conhecer melhor Marcelo” — outro ponto que destoa da maioria das críticas, inclusive das informais presentes no Rotten Tomatoes.
Em relação ao ritmo do filme, a The New Yorker coloca O Agente Secreto como o filme “mais bem-sucedido” de Kleber Mendonça Filho até agora, graças à ambientação na Recife de 1977. A Rolling Stone, por sua vez, elogia a quebra de expectativa criada sobre o filme. “Ele nos prepara para um thriller político ao estilo dos anos 70, completo com assassinos, intrigas corporativas, policiais corruptos e cadáveres misteriosos. No entanto, o filme logo adota uma abordagem eclética que incorpora de tudo, desde esquetes extravagantes de filmes de terror até reflexões sobre as alegrias de relembrar os antigos cinemas”.
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