Em 1981, a russa Larissa Savitskaya, de 20 anos, voltava da lua de mel com o marido quando o avião em que estavam foi derrubado por um bombardeio soviético. No total, 32 pessoas estavam à bordo do voo, mas só ela sobreviveu, depois de passar três dias sozinha e ferida no meio da floresta. Quando acordou, já no hospital, descobriu que o acidente foi declarado sigiloso pelas autoridades, e só veio à tona dez anos depois. “Não era um segredo, mas não houve um interesse de registrar o fato publicamente. Havia também algumas leis que precisavam ser respeitadas por ponta da lei de segurança pública”, contou ela em entrevista a VEJA.
Passados 44 anos do acidente, a história de Larissa foi levada para as telas no filme A Única Sobrevivente, disponível na plataforma de streaming Adrenalina Pura+. Hoje aos 64 anos e consultora da trama dirigida por Dmítri Suvórov, a sobrevivente disse que sentiu que era seu dever moral acompanhar a produção, e que a maioria dos fatos retratados no longa aconteceram de fato com ela depois do trágico acidente que virou sua vida de cabeça para baixo.

Os primeiros passos para a sobrevivência de Larissa começaram ainda no avião, quando ela se agarrou a um pedaço de fuselagem durante a queda. Com a ajuda do pedaço de metal, ela sobreviveu a uma queda de oito minutos e a uma série de choques contra a copa das árvores. Já no solo, passou três dias ao relento, se protegendo com cobertores que encontrou nos assentos e bebendo água de uma poça. “Foi uma sequência de fatos e recursos, mas eu prefiro nomear como um milagre”, atesta ela, que teve fraturas nos braços, costelas e cinco pontos da coluna vertebral.
Entre os fatos do longa que se distanciam da realidade, Larissa cita a cena em que aparece sendo perseguida por um tigre. “Não houve isso, mas ouvi rugidos de animais que pareciam um tigre ou um urso”, relembra ela, dizendo também que a queda do avião foi levemente alterada, mas que boa parte do filme protagonizado por Nadezhda Kaleganova é dolorosamente fiel à realidade.
Como está Larissa Savitskaya hoje?
Mais de quatro décadas depois do acidente, Larissa conseguiu reconstruir a vida. Viúva na lua de mel, ela aprendeu a conviver com o trauma da perda repentina e com as dores deixadas pelo acidente, incluindo graves problemas de saúde. Sua salvação veio poucos anos depois da catástrofe quando ela se casou novamente e teve um filho. “Graças a ele a minha vida familiar foi reconstruída”, atesta ela sobre o rebento que lhe deu uma neta.

Confira o trailer de A Única Sobrevivente:
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