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A sucessão de Bolsonaro e o plano em andamento

 

A condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal não é apenas o fim de uma carreira política. É o início de uma disputa feroz pelo futuro da extrema direita no Brasil. Até aqui, o bolsonarismo orbitava em torno de um líder interno incontestável. Agora, com 27 anos de prisão determinados pelo STF, a pergunta não é mais se Bolsonaro continuará no jogo, mas quem ocupará seu espaço.

A lista de pretendentes é longa: Tarcísio de Freitas, Ratinho Júnior, Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Michelle Bolsonaro e até os filhos do ex-presidente. Todos são nomes testados em pesquisas, todos sondam apoios e alianças. O cenário de 2026 está em aberto.

No entanto, Bolsonaro ainda será decisivo na escolha do sucessor. Valdemar Costa Neto afirmou que Tarcísio já disse que migraria para o PL caso decida disputar a Presidência. Valdemar também deixou claro: quem dará a palavra final sobre o candidato é o próprio Bolsonaro.

Mas a sucessão não é só eleitoral. É também uma questão de sobrevivência jurídica. A extrema direita sabe que, para livrar Bolsonaro, será preciso muito mais do que um bom desempenho nas urnas. O plano é duplo. Primeiro, garantir a eleição de um aliado capaz de conceder o indulto presidencial. Mesmo que haja dúvida sobre a constitucionalidade de um perdão em crimes contra a democracia, a aposta é ter alguém que tente. Isso levaria a um segundo passo importante, pois essa disputa certamente iria parar no Supremo.

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E é a partir daqui que o segundo movimento se torna ainda mais ambicioso: redesenhar o STF. Três ministros se aposentarão nos próximos anos. Um novo presidente da República terá a chance de nomear substitutos. Se esse presidente for da extrema direita, abre-se a porta para uma revisão da condenação de Bolsonaro. Reabrir o caso, levar à turma, arrastar para o plenário, derrubar a decisão. A história brasileira já registrou reviravoltas semelhantes, e é nisso que o bolsonarismo aposta.

Essa estratégia explica por que a disputa interna é tão importante. Não se trata apenas de saber quem liderará a direita radical em 2026. O que está em jogo é o peso da condenação de Bolsonaro no longo prazo. Se for revertida, ainda que tarde, o ex-presidente sairá da narrativa da perseguição, dirá que a justiça divina foi feita e não há mancha política sobre ele.

A condenação, portanto, encerra um capítulo. E também inaugura uma nova fase. Bolsonaro foi sentenciado, mas o movimento extremista que ele criou está vivo e agora precisa decidir quem carregará sua bandeira.

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