O tête-à-tête entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva não caiu bem para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que voltou às redes sociais nesta segunda-feira, 27, para disparar contra o encontro — o qual classificou como uma “humilhação” para o petista.
Lula e Trump reuniram-se no último domingo, 26, às margens da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, na Malásia. Enquanto o presidente brasileiro disse “estar convencido” de que haveria um acordo em poucos dias em relação ao tarifaço americano, o homólogo americano falou vagamente na possibilidade de “trabalhar em acordos” com o governo brasileiro.
“Vocês acham que é minimamente crível atrelar vitória a um regime de exceção sendo publicamente humilhado? Um regime de exceção, que há poucos meses atrás, agia sem prestar contas a ninguém, sem qualquer consequência sobre seus atos?”, publicou Eduardo no X (antigo Twitter), nesta segunda, 27.
O parlamentar prosseguiu e afirmou que a foto de Lula com Trump poderia ser considerada um vitória caso o atual governo brasileiro fosse alinhado à direita. No caso de Lula, disse, é “símbolo da sua derrota e pequenez, tendo que se submeter à força inequívoca” de Trump.
“Seria o mesmo que dar vitória ao Bolsonaro por ele ser obrigado a implorar por reunião e ter que tirar foto com Maduro, e ainda sendo obrigado a prestar satisfação dos seus atos e obrigado a falar do seu rival ex-presidente. Já imaginou isso?”, disparou o filho Zero Três de Jair Bolsonaro.
Tarifas
Eduardo voltou a falar sobre as sanções americanas ao Brasil — em boa medida, resultado da articulação do deputado com a Casa Branca — e disse que o governo brasileiro é uma “tirania liderada por homens medíocres”.
“Como alguém normal pode achar que um regime acuado nas cordas, sendo internacionalmente sancionado e tendo que prestar contas de suas arbitrariedades, é um regime vitorioso? O que vejo é uma tirania liderada por homens medíocres sendo disciplinada em público”, publicou.
A relação entre Brasil e Estados Unidos ganhou contornos tensos após Washington decidir aplicar tarifas a produtos brasileiros e sanções a autoridades nacionais em resposta ao julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe. Antes expostas a uma taxa de 10%, mercadorias do Brasil passaram a ser alvo de uma das maiores alíquotas americanas no mundo, de 50%, enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sancionado com a Lei Magnitsky e outros magistrados, além de ministros, perderam o visto americano.
Bolsonaro
Antes do encontro do último domingo, 26, o tema Bolsonaro foi brevemente abordado por Trump. O americano disse que ‘se sente mal’ pelo ex-presidente brasileiro. “Sempre gostei dele, me sinto mal. Ele está passando por momentos ruins”. Perguntado por uma jornalista se o tema faria parte da pauta, ele respondeu: “Isso não lhe interessa.”
Precisamos aprender diferenciar narrativa de realidade, jornalismo de assessoria. Vocês acham que é minimamente crível atrelar vitória a um regime de exceção sendo publicamente humilhado? Um regime de exceção, que há poucos meses atrás, agia sem prestar contas a ninguém, sem… pic.twitter.com/hlHHF2b8iR
— Eduardo Bolsonaro
(@BolsonaroSP) October 27, 2025
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