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A revolta de funcionários do Nubank com encerramento do trabalho remoto

O banco digital Nubank anunciou a seus funcionários via e-mail na última quinta-feira, 6 de novembro, que encerrará o modelo de trabalho remoto em 2026 e exigirá o cumprimento de ao menos dois dias presenciais por semana de quase toda sua mão de obra — notícia que não foi bem recebida por boa parte do quadro. No dia seguinte, 7, a instituição anunciou 12 demissões justificadas pelo “limite do que é desrespeito e agressão”.

O e-mail inicial partiu do CEO David Velez e pontuava que o fim do chamado “home office” poderia causar uma “disrupção” em certos funcionários. Para esclarecer dúvidas quanto à decisão, o espaço do coffee break se tornou espécie de ágora. Participando de forma presencial ou via Zoom, em torno de 7 000 dos 9 500 trabalhadores da empresa deram as caras no debate, que logo se tornou acalorado.

Após análise, o conselho de conduta do Nubank qualificou os 12 desligamentos como fruto de justa causa. Em nota, o banco diz prezar pelo debate interno, mas não tolerar “desrespeito e violações de conduta”.

O Nubank operava em modelo prioritariamente remoto desde 2020. No anúncio interno, Velez reconhece a prosperidade do período, mas argumentou pela necessidade do trabalho híbrido, cuja divisão gradualmente favorecerá o presencial: “A partir de 1º de julho de 2026, planejamos trazer os ‘Nubankers‘ de volta ao trabalho em equipe presencial, dentro de escritórios vibrantes, começando com 2 dias por semana e, mais adiante, 3 dias por semana em 1º de janeiro de 2027″.

Para tal, o banco está construindo novos escritórios. As unidades inéditas serão abertas nas cidades São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Washington, Miami, Palo Alto, Cidade do México e Bogotá. Parte dos funcionários contrariados pontua que a decisão favorece trabalhadores do sudeste em detrimento daqueles que estão fora do eixo.

Apenas alguns funcionários continuarão isentos da exigência presencial. As áreas intocadas são atendimento ao cliente;  ouvidoria; auxílio a investimentos; rótulo de dados; investigações de crimes finaceiros; soluções regulatórias e a área de recursos humanos voltada ao recrutamento de “talentos”. Outras exceções serão abertas conforme exigências médicas ou outras particularidades incontornáveis, levando em conta o desempenho e histórico do funcionário. Uma parcela do quadro também está elegível a buscar auxílio-realocação.

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