Após 29 anos como âncora do Jornal Nacional, da Globo, e 26 como editor-chefe do JN, William Bonner deixou a bancada do principal telejornal do país. A decisão, anunciada em setembro, foi motivada pela vontade de reduzir a carga de trabalho e foi tomada há cinco anos, segundo o jornalista.
“Ela (a decisão) surgiu em um momento em que muita gente repensou a vida profissional, quando a pandemia estava no auge. Naquela época, um dos meus três filhos estava de mudança para estudar em outro país. E eu percebi que nos meus dias só cabiam as coisas que eu precisava fazer, mas ficavam de fora coisas que eu também gostaria de fazer. A conta não estava fechando. Mas era um momento muito difícil para fazer um movimento desses. É uma mudança que demanda tempo para preparar a sucessão, os sucessores. E nós viemos fazendo isso ao longo de cinco anos”, explicou Bonner, que migrou para o Globo Repórter, programa semanal apresentado por Sandra Annenberg.
Com sua saída, César Tralli assumiu a bancada ao lado de Renata Vasconcellos, e a editora-chefe adjunta atual, Cristiana Sousa Cruz, passou a ocupar o cargo de editora-chefe do jornal. Tralli estreou oficialmente no dia 3 de novembro, adotando uma postura mais contida e institucional. Contudo, um detalhe não passou despercebido dos telespectadores: ao final do programa, exibido no dia da morte de Lô Borges, o novo âncora não deu o tradicional “boa noite”, dito por Bonner pela última vez no dia 31 de outubro.
