A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, afirmou nesta terça-feira, 18, que a fala do chanceler alemão Friedrich Merz foi “infeliz” ao afirmar que ele e jornalistas alemães “ficaram felizes” de deixar “aquele lugar”, referindo-se a Belém, sede da COP30, e de voltar para a Alemanha.
“Acho que ele não viveu a COP. Ele chegou aqui, entrou em uma sala com ar-condicionado e não viveu a COP. A proposta de realizar a COP na Amazônia foi exatamente para as pessoas vivenciarem o que é o território (…). Foi infeliz a fala dele, mal colocada”, disse Janja em entrevista para CNN Brasil.
Apesar das declarações de Merz, o ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Carsten Schneider, sem citá-lo, fez uma publicação recentemente dizendo que o Brasil é “maravilhoso” e que brasileiros são um povo “acolhedor e bom anfitrião”. “Pena que não poderei ficar mais tempo após a COP. Teria algumas ideias, por exemplo, pescar com os meus amigos da Amazônia”, completou.
Políticos brasileiros também se manifestaram diante da declaração de Merz. O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), classificou a declaração como preconceituosa. “A fala dele não representa o que a maioria da população do mundo inteiro tem achado da nossa cidade. Por onde a gente anda, muita gente encantada por Belém”, disse. Já o chefe do Poder Executivo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), chamou o chanceler da Alemanha de “filhote de Hitler” e “nazista”.
O cristão-democrata Merz fez a declaração durante seu discurso em evento da Confederação de Comércio alemã, na última quinta-feira, 13, em Berlim. “Nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. E perguntei a alguns jornalistas que estavam comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’”, disse Merz. “Ninguém levantou a mão.”