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A resposta de Bolsonaro sobre proposta para deixar o Brasil, segundo Valdemar

Em entrevista ao programa Os Três Poderes, de VEJA, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, revelou um episódio dos bastidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado no STF a 27 anos e três meses de prisão pela trama golpista. Segundo ele, Bolsonaro chegou a ouvir, na frente de testemunhas, uma proposta para que deixasse o Brasil rumo à Argentina e, de lá, partisse para os Estados Unidos, onde poderia manter embates políticos em liberdade.

Valdemar disse que estava presente quando a sugestão foi feita, mas não recorda quem a formulou. “Vi uma pessoa, não me lembro quem, falando isso para o Bolsonaro, falou perto de mim: ‘Bolsonaro, vai para a Argentina’”, relatou. A resposta do ex-presidente, segundo o cacique partidário, foi imediata: “Não vou, vão entender que eu estou fugindo. Eu jamais vou deixar meu país”.

A declaração ganha peso no momento em que Bolsonaro enfrenta condenações que já somam 27 anos de prisão, além de cumprir prisão domiciliar determinada pelo Supremo.

O relato de Valdemar também se insere no contexto de pressões internas e externas sofridas pelo ex-presidente desde os atos de 8 de janeiro de 2023. A possibilidade de fuga sempre foi ventilada por adversários políticos como uma saída plausível, mas Bolsonaro repetidamente negou que cogitasse deixar o país em meio às investigações.

Uma condenação para a história

Reportagem de capa da semana mostra o impacto das condenações do STF. O veredicto é um marco para a Justiça brasileira. Foi a afirmação de que a lei pode e deve prevalecer sobre interesses subalternos, sejam eles políticos, econômicos ou de qualquer outra natureza. No caso do ex-presidente, também representa a confirmação de que o tribunal é capaz de suportar pressões sem se desviar de sua missão principal. Bolsonaro foi declarado culpado por quatro dos cinco ministros que atuaram no processo.

Para Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, não restou um milímetro de dúvida sobre a participação dele na maquinação de um levante no apagar das luzes de sua gestão. A principal divergência ficou por conta de Luiz Fux. O magistrado considerou que nem o STF nem a Primeira Turma eram locais adequados para julgar os acusados, disse que houve cerceamento da defesa e pediu a anulação do processo. O ministro ainda questionou a tipificação dos crimes imputados aos acusados, chamou a atenção para conclusões sem provas apontadas na denúncia da Procuradoria-Geral da República e ressaltou que não compete ao Supremo fazer juízos políticos.

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