A Crefisa reagiu nesta quinta-feira, 21, à decisão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de suspender, de forma preventiva, os contratos firmados para pagamento de benefícios a aposentados e pensionistas. A financeira afirmou ter recebido a notícia “com surpresa”, alegando não ter sido comunicada oficialmente sobre a medida até o momento.
A Crefisa venceu 25 dos 26 lotes do leilão em 2023, tornando-se responsável por atender a maior parte dos novos beneficiários do regime. O Banco Mercantil ficou apenas com um lote. Hoje, a instituição é responsável pelo pagamento de 1,7 milhão de benefícios, de um universo de 41 milhões administrados pelo INSS, e já recebeu R$ 25 milhões pela execução dos serviços somente entre janeiro e agosto deste ano.
O INSS, em despacho publicado no Diário Oficial da União, cita uma lista de irregularidades graves atribuídas à Crefisa: atrasos e recusas no pagamento, exigência de abertura de contas, venda casada de produtos, portabilidades indevidas, falta de estrutura física adequada, ausência de triagem com emissão de senhas e atendimento considerado precário. A decisão, segundo a autarquia, foi motivada por reiteradas reclamações recebidas de Procons, Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos próprios beneficiários.
Em nota, a Crefisa afirmou que desde 2020 realiza o pagamento de benefícios previdenciários “sem qualquer interrupção” e negou que haja registros de aposentados sem acesso ao dinheiro. A instituição diz ter investido mais de R$ 1 bilhão na ampliação e modernização de seus postos de atendimento, garantindo estrutura física adequada, caixas eletrônicos disponíveis e sistemas de triagem para organizar o atendimento. A empresa também rejeitou as acusações de coação para abertura de contas correntes e venda casada, destacando que menos de 5% dos mais de 1 milhão de beneficiários optaram por abrir conta na instituição. “Nenhum contrato é celebrado sem autorização do cliente, e todos são devidamente assinados”, afirmou.
A financeira reconheceu que nenhuma empresa está imune a reclamações, mas ressaltou que sua taxa proporcional de queixas é inferior a 1%, o que, em sua visão, comprova a regularidade da prestação de serviços.