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A relação entre o presidente da Alerj e o deputado acusado de integrar o tráfico

O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União) nunca escondeu, no exercício do cargo, a relação de proximidade que mantinha com o deputado Tiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, 35 anos, preso no início de setembro, acusado de lavar dinheiro para diversas facções criminosas no Rio, como Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro e Amigo dos Amigos.

Bacellar é o alvo de uma operação deflagrada nesta quarta-feira, 03, que apura se ele vazou informações para o colega durante as investigações. Há exatos três meses, TH foi indiciado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fornecimento de armas ao CV, com quem manteria maior proximidade.

Nas redes sociais, os dois políticos aparecem em diversas fotos abraçados e sorridentes. “No trabalho, somos comprometidos com nossas ações. Mas, graças a Deus, podemos viver momentos de descontração que fortalecem nossa amizade”, escreveu TH em uma das postagens. Em outra, exaltou a “liderança do amigo e presidente da Alerj”.

A proximidade garantiu a TH a presidência da Comissão de Defesa Civil. O deputado também passou a acompanhar Bacellar em diversas agendas no interior, inclusive quando o aliado exerceu o governo interinamente. Em uma homenagem feita por Tiego no aniversário do presidente da Casa, Bacellar respondeu: “Muito obrigado pelo carinho, pela lembrança e pelas palavras, meu irmão”.

TH e Bacellar durante agenda em Búzios.
TH e Bacellar durante agenda em Búzios.Reprodução/.
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VEJA ouviu deputados em setembro, quando TH foi parar atrás das grades. O líder do MDB no Rio, Washington Reis, disse que a prisão não era uma novidade. “Nos bastidores todo mundo sabia da fama desse moço”, disse. Sobre a relação com Bacellar, resumiu: “são unha e carne”.

TH chegou à Alerj como segundo suplente do MDB, após a nomeação de Rafael Picciani para a Secretaria de Esporte e Lazer e da morte do deputado Otoni de Paula (pai).

Novato na política, TH Joias ganhou fama e fortuna vendendo vistosas peças de ouro e diamantes para celebridades. Dentre os processos ao qual responde, o joalheiro é acusado de lavar dinheiro para as três facções criminosas mais atuantes do estado: Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigo dos Amigos (ADA).

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Em setembro, a assessoria de imprensa de Rodrigo Bacellar divulgou a seguinte nota, em que tratava da relação dos dois: 

Todas as diligências foram acompanhadas pela Procuradoria da Alerj, que prestou apoio às autoridades competentes na manhã desta quarta-feira. O presidente, primeiro na história a ser eleito por unanimidade, mantém boa relação com todos parlamentares. E não era diferente com o deputado Thiego Santos. Caso sejam comprovadas as denúncias, que todos envolvidos respondam por seus atos. Não existe ninguém acima da Lei.

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