A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) divulgou nota se posicionando em relação à discussão sobre práticas comerciais que surge a partir da investigação aberta pelos Estados Unidos que mira o Pix. Nesta semana, o meio de pagamento gratuito e instantâneo criado pelo Banco Central (BC) foi citado pelo Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) em investigação aberta a mando do presidente dos Estados Unidos. Segundo documento do USTR, “o Brasil também parece estar engajado em diversas práticas injustas em relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando, a vantagens do seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, diz um documento do USTR. O Pix não é citado nominalmente, mas fica claro que a tecnologia está na mira da Casa Branca. A investigação se baseia na seção 301 do Ato Comercial de 1974, uma ferramenta utilizada pelo republicano em diversas ocasiões para pressionar países a alterar suas práticas internas e acirrar embates comerciais
Em nota, a ABBC destaca que o Pix, desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, consolidou-se como o principal instrumento de inclusão financeira do país. Desde seu lançamento, em 2020, o sistema alcançou, em junho de 2025, a marca de 174 milhões de usuários cadastrados, sendo 159,8 milhões de pessoas físicas e 15,5 milhões de empresas. “Com acesso gratuito, simples e seguro, o Pix democratizou as transações financeiras — especialmente para quem antes estava à margem dos serviços bancários tradicionais”, diz a ABBC.
A associação destacou também o reconhecimento internacional do Pix. “O Brasil avançou em rankings mundiais de inclusão financeira, e o sistema tem sido destacado em fóruns multilaterais, como o G20, como um exemplo de inovação a serviço da inclusão econômica e social”, diz a ABBC.
A evolução mais recente, o Pix parcelado, que será lançado em setembro, vai expandir ainda mais o alcance e a inclusão, diz o texto. “A nova funcionalidade promete expandir ainda mais o alcance social do Pix, oferecendo uma alternativa ágil, transparente e competitiva às tradicionais formas de parcelamento — em especial às operações via bandeiras de cartão de crédito —, fortalecendo a concorrência e beneficiando diretamente os consumidores”, diz a nota.
O sucesso do Pix, segundo a ABBC, está baseado em três pilares: usabilidade, segurança e transparência. “Desde sua concepção, o sistema foi estruturado com as melhores práticas de segurança, incluindo criptografia ponta a ponta, validação obrigatória por todos os participantes e autenticação multifatorial. Soma-se a isso um conjunto contínuo de ações de combate a fraudes, como o Mecanismo Especial de Devolução (MED) e o Grupo de Segurança do Pix (GSEG), que garantem a proteção dos usuários e a integridade das operações.”
Por fim, a ABBC reafirma seu compromisso com um sistema financeiro plural, inovador e acessível, “no qual o Pix — e, agora, o Pix Parcelado — seguem como motores da inclusão social, da eficiência e da concorrência saudável no mercado brasileiro e apresenta característica únicas de eficiência, custo e inovação.”