Na conversa com ministros no Palácio da Alvorada, Lula foi aconselhado a decretar intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro e apoiar a ação policial do governo de Cláudio Castro — ainda que a esquerda estivesse massacrando o governador — contra o crime.
O petista ainda estava sob forte impacto dos dados que mostraram a repercussão de sua desastrosa fala sobre traficantes serem vítimas de usuários.
Ao analisar as questões envolvidas numa intervenção federal, o petista não mostrou vontade de assumir a crise de segurança no Rio, mas topou não criticar Cláudio Castro.
O cenário apresentado a Lula numa eventual intervenção seria de limpa geral nas forças de segurança do Rio e comando direto das Forças Armadas e de outros órgãos do governo federal. Essa parte até animou o petista. A segunda é que foi determinante.
“Não há dinheiro nem pessoal para uma missão desse porte agora. Além disso, seria um tiro no escuro”, diz um auxiliar de Lula.
A intervenção federal no Rio divide o Planalto por ser uma crise “sem fim” no médio prazo e de alto custo financeiro e político, já que poderia entrar no período eleitoral com a gestão petista ainda mergulhada nos conflitos dos morros cariocas.
A ala que é contra tem um argumento direto: “A guerra é incontrolável. Não se controla a morte nem quem será culpado por ela”, diz o auxiliar de Lula.
