Prestes a completar quatro meses, o tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente Donaldo Trump obrigou diferentes setores da economia brasileira a atuarem conjuntamente para abrir canais com os Estados Unidos.
Foram dezenas de tentativas, semanas a fio de conversas e milhares de milhas voadas entre Brasília e Washington até que Lula e Trump tivessem o primeiro “olho no olho” na Assembleia Geral da ONU. Do primeiro papo até o primeiro encontro bilateral, neste fim semana, uma grande montanha foi transposta: a da desconfiança e falta de diálogo.
A abertura de canais sólidos de diálogo entre Lula e Trump e entre Planalto e Casa Branca é, na visão de interlocutores do Itamaraty, a primeira grande vitória da diplomacia.
“O trabalho de desbloquear canais — de negociação com o governo republicano — foi concluído. Agora é negociar, mas não tem nada ganho”, diz uma importante fonte do Itamaraty sobre como a diplomacia comemora discretamente a abertura de diálogo sem esquecer que nada está garantido, dado que Trump costuma ser um duro negociador.
Como Trump e sua equipe ainda passarão esta semana na Ásia, a viagem de um grupo brasileiro de negociadores para os Estados Unidos ficou para a próxima semana. O pedido de suspensão do tarifaço, já renovado em quatro ocasiões, segue em aberto.