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A opinião sincerona de Gilberto Braga sobre ‘Vale Tudo’ — e outras novelas

O autor Gilberto Braga é responsável pela criação de alguns dos folhetins mais memoráveis da teledramaturgia brasileira — como Vale Tudo, que voltou ao ar em versão repaginada por Manuela Dias quase 40 anos após sua exibição original. Antes que a sucessora assumisse as rédeas de sua obra de maior sucesso, contudo, o próprio autor cogitou o que faria se pudesse repaginar seus trabalhos em entrevista de 1994 ao Globo que usuários do X, antigo Twitter, resgataram nesta terça-feira, 3 de junho. Sobre o notório enredo de conflito de classes, só pôde apontar uma falha — observada por vários dos telespectadores da versão original e do remake de 2025. “Eu melhoraria a Raquel, que era um pouco chata”, afirmou.

Vivida por Regina Duarte em 1988 e por Taís Araujo atualmente, Raquel Acioly é uma mocinha cheia de princípios, determinada a perseverar sem perder os escrúpulos que a humildade a ensinou, diferente da filha golpista. O comprometimento à própria bússola moral, inabalável, é ora dotado de exageros que frustram. No remake de Dias, a dita “chatice” não foi atenuada e momentos como sua reação à mala de dinheiro perdida de Marco Aurélio ou sua rejeição à proposta de trabalho em um restaurante de Paraty cansam a paciência. Na segunda-feira, 2 de maio, uma publicação do Globoplay no X até ironizou a reputação da personagem com seus seguidores, pedindo que aqueles que concordassem que era ela a mais chata da trama respirassem. Desde então, a publicação já foi deletada.

Para além de Vale Tudo, Gilberto Braga apenas poupou Helena (1975), Senhora (1975) e Escrava Isaura (1976) de revisões. De resto, mudaria tudo de Corrida do Ouro (1974) e Brilhante (1981). Na sua visão Dona Xepa (1977) é “muito tosca”, escrita por ele enquanto estava com o braço quebrado e ditava roteiros à secretária. Dancin’ Days (1978) seria uma enrolação após o capítulo 60 e precisaria de alterações em todos os personagens masculinos. De Água Viva, só sairiam ilesas as figuras vividas por Tônia Carrero e Beatriz Segall, enquanto o romance central e a espinha dorsal do texto seriam polidos. Louco Amor (1983) era, para ele, “sem graça” e Corpo a Corpo (1984), “muito chata” após a segunda metade — nela, ele também faria ajustes ao romance interracial entre Zezé Motta e Marcos Paulo, rejeitado pelo público racista na época. Confira a entrevista completa:

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