O Mercado Livre reagiu, mas acabou confundindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica no processo sobre a compra de uma pequena farmácia, na Zona Sul de São Paulo.
No documento, encaminhado no final da última semana, o Mercado Livre rebate as suspeitas apontadas pela Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), de que o marketplace, à revelia de toda a regulação do setor, estaria preparando uma estrutura para atuar no mercado de varejo farmacêutico. A plataforma negou com veemência. E ainda garantiu que também não vai atuar no mercado de telemedicina, embora tenha admitido que o seu braço financeiro, o Mercado Pago, oferece aos clientes “uma solução tecnológica por meio da qual eles podem contratar diversos tipos de seguros e serviços de assistência à saúde”, incluindo pacotes de consultas online.
Em setembro, o Mercado Livre adquiriu uma pequena farmácia no bairro do Jabaquara, na capital paulista. A Abrafarma acusa a plataforma de “incidente de enganosidade”.
Em nota, o Mercado Livre diz que as alegações de “enganosidade” são infundadas. “O Mercado Livre ainda não atua na venda de medicamentos em seu marketplace, sendo a comercialização desses produtos proibida em nossos termos e condições” e que “a compra da Cuidamos Farma não resulta em integrações verticais, pois não prestamos diretamente serviços de telemedicina ou consultas online” e que “esses serviços são oferecidos por terceiros parceiros, sem vínculo direto com o Mercado Livre, para clientes do Mercado Pago, portanto, não existe a alegada integração vertical”. “O que vislumbramos para o futuro é poder operar também no modelo de venda indireta, em que o marketplace funciona como um intermediário conectando o vendedor (farmácias) com o comprador”, diz.