Depois de passar por uma peneira severa, com critérios estabelecidos ao longo de mais de catorze séculos, a britânica Sarah Mullally, 63 anos, cravou um ineditismo histórico: virou a primeira mulher a ocupar a cadeira de arcebispa de Canterbury e, assim, se tornar a chefe da Igreja Anglicana na Inglaterra. Não é pouca coisa. Após receber a chancela do rei Charles III, a ex-enfermeira, casada e mãe de dois filhos, passou a ser a líder de uma instituição que contabiliza 85 milhões de fiéis em 165 países. O mais inovador, porém, parece estar por vir. Expoente de uma ala liberal da igreja, ela já se manifestou a favor do casamento gay e exibe fôlego para encarar vespeiros, como casos de abusos por clérigos. “Sempre tirei inspiração em Deus para buscar união, esperança e cura”, diz. A conferir as próximas missas.
Com reportagem de Giovanna Fraguito e Nara Boechat
Publicado em VEJA de 10 de outubro de 2025, edição nº 2965