Em agosto, o ministro Alexandre de Moraes mandou colocar tornozeleira eletrônica no senador Marcos do Val, depois de o parlamentar ter feito uma viagem internacional sem a devida autorização do STF.
As restrições impostas ao parlamentar provocaram uma crise no Senado. Colegas de Do Val apoiaram o senador em seu protesto contra a suposta “medida abusiva” de um ministro do STF contra um senador eleito e no exercício do mandato.
Davi Alcolumbre, o chefe do Senado, entrou em campo para pacificar o clima. Numa conversa com Moraes, revelou que a tornozeleira em Do Val havia ajudado a oposição a conseguir mais votos de senadores pelo impeachment do ministro do STF.
Alcolumbre ofereceu então um acordo ao STF. Marcos do Val pediria licença do mandato para cuidar da saúde pelo resto desse ano e só voltaria ao Senado em 2026. Fora dos holofotes, Do Val teria a tornozeleira retirada.
O acordo foi feito e Moraes de fato mandou tirar a tornozeleira de Do Val, acreditando na palavra de Alcolumbre.
Nesta semana, porém, Do Val quebrou o acordo com Alcolumbre e voltou ao Senado para reassumir o mandato. Não conseguiu porque o próprio Alcolumbre, que tem de “receber” o ato de retorno aos trabalhos, não o fez.
Além de ficar novamente exposto a medidas do STF, Do Val tem agora que lidar com a falta do poderoso aliado, que se sente traído.